Ocupação territorial e qualidade da água subterrânea em maciço fraturado na região de Itaquera, São Paulo-SP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2000
Autor(a) principal: Silva, Valdeneide Regina da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44133/tde-22102015-162356/
Resumo: A área de estudo localiza-se na região de Itaquera, zona leste do Município de São Paulo e inclui a área denominada Fazenda do Carmo, na qual estão sendo implantados conjuntos habitacionais da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU), destinados a atender a população de baixa renda. Visto que a população da área é servida apenas parcialmente pela rede pública de abastecimento de água, uma alternativa seria a utilização de água subterrânea, assim, se propôs neste trabalho, fornecer informações acerca das condições hidrogeológicas, principalmente em termos qualitativos, do aqüífero cristalino, no qual está inserida a área, com o objetivo de se conhecer a viabilidade ou não de utilização da água subterrânea pela população que irá ocupar os conjuntos habitacionais da área Fazenda do Carmo. A metodologia empregada neste estudo envolveu três tipos de levantamento na escala 1:10.000: o levantamento geológico, o levantamento de uso e ocupação da área e o levantamento hidrogeológico. O levantamento geológico incluiu o uso de fotografias aéreas e trabalhos de campo voltados principalmente à caracterização estrutural da área, aplicando-se o método de Angelier para a determinação da direção do esforço máximo principal (\'sigma IND. 1\') atuante na região, através do qual se pôde determinar as estruturas mais favoráveis à prospecção de água subterrânea na área de estudo. O levantamento de uso e ocupação da área abrangeu o cadastramento de empresas e estabelecimentos existentes e o cadastramento de fontes potenciais de contaminação da água subterrânea, através da interpretação de fotografias aéreas e trabalhos de campo. O levantamento hidrogeológico envolveu o cadastramento de poços e pontos d\'água e o levantamento simultâneo de dados relacionados principalmente ao uso da água, à produção dos poços e aos aspectos construtivos e de conservação dos poços, além da análise de parâmetros físico-químicos das águas. A área de estudo é formada basicamente por rochas cristalinas de idade proterozóica do Grupo Açungui (filitos e xistos) e granitóide intrusivo (granito-gnaisse). A ocorrência da água subterrânea se dá através de dois aqüíferos distintos: o aqüífero poroso (manto de intemperismo e coberturas alóctones) e o aqüífero fraturado (rocha sã fraturada). As águas do aqüífero poroso são explotadas quase exclusivamente por poços cacimbas e o aqüífero fraturado exclusivamente por poços tubulares, sendo usadas predominantemente para atividades industriais, consumo doméstico (incluindo consumo humano) e irrigação. Os filitos e xistos constituem as rochas mais favoráveis ao armazenamento de água na área de estudo, as quais desenvolvem um relativamente espesso manto de intemperismo (cerca de 54 metros), que deve estar funcionando como reservatório de água interligado ao aqüífero fraturado. Os poços tubulares perfurados nestas rochas apresentam vazões médias de 4,65 m³/h. O uso e ocupação da área é de caráter diversificado, porém com predominância dos setores residenciais, comerciais e industriais, aos quais se relacionam diversas atividades potencialmente contaminadoras das águas subterrâneas. O maior problema de contaminação foi evidenciado pelas altas concentrações de nitrato que devem ser provenientes tanto de fossas como dos próprios rios (nos quais os esgotos são lançados diretamente). Esta situação poderá ser controlada com a implantação de rede de saneamento básico, existente, hoje, em apenas alguns locais. Quanto à utilização da água subterrânea pela população da área Fazenda do Carmo, conclui-se que é viável apenas como fonte complementar de abastecimento.