Influência do posicionamento e da profundidade de inserção do feixe de eletrodos do implante coclear na preservação da audição residual, qualidade da resposta eletrofisiológica e percepção de fala em adultos usuários de implante coclear

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Danieli, Fabiana
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17150/tde-02122020-113133/
Resumo: Introdução: Os resultados de percepção de fala com os implantes cocleares (ICs) atuais são cada vez melhores e muitos usuários adultos com perda auditiva de origem pós-lingual conseguem falar ao telefone já aos três meses de uso do dispositivo. Apesar do sucesso, ainda existe considerável variabilidade no desempenho dos sujeitos com o uso do IC. Com o avanço das técnicas de processamento de imagem, sabe-se que variações no posicionamento e na profundidade de inserção intracoclear do feixe de eletrodos podem alterar o desempenho funcional do paciente após a cirurgia. Objetivo: Avaliar a profundidade angular de inserção (PAI) e a distância dos eletrodos do IC em relação ao modíolo coclear e a sua correlação com a preservação da audição residual, qualidade da resposta eletrofisiológica e os resultados de percepção de fala em curto prazo. Métodos: Dezessete adultos com perda auditiva sensorioneural severa e/ou profunda bilateral, de origem pós-lingual, submetidos à cirurgia de IC com o dispositivo Digisonic Evo® foram incluídos neste estudo. A distância dos eletrodos em relação ao modíolo a 180o (EMD180) e 360o (EMD360) de PAI, o seu posicionamento em relação à curvatura espiral ideal e a PAI dos eletrodos foram estimados utilizando-se a técnica de processamento da imagem da tomografia computadorizada ConeBeam (TCCB), obtidas dos sujeitos com três meses de uso do dispositivo. A EMD180 e EMD360 foram comparadas com a PAI dos eletrodos; e a EMD180, EMD360 e PAI foram comparadas com as pontuações de reconhecimento de sentenças dos sujeitos e com o eABR realizado durante a cirurgia e com seis meses de uso do IC. A preservação da audição residual também foi investigada comparando os limiares auditivos dos sujeitos antes da cirurgia e com seis meses de uso do dispositivo, e os resultados foram comparados aos da TCCB. Resultados: A EMD180, EMD360 e PAI médias dos sujeitos foram 2.89 ± 0.40, 2.08 ± 0.24 mm, 414.5 ± 80.9 graus, respectivamente. Houve correlação significativa entre a EMD360 e a PAI dos sujeitos. Na Categoria 1 foram incluídos 29.4% dos sujeitos, e 41.2% e 29.4% nas Categorias 2 e 3 de posicionamento em relação à curvatura espiral ideal estimada, respectivamente. As pontuações de reconhecimento de sentenças foram significativamente diferentes entre as Categorias 1 e 3, sendo superiores para a Categoria 1, com menor número de eletrodos estimados em posição subideal. A PAI dos eletrodos apresentou fraca correlação com o reconhecimento de sentenças dos sujeitos com seis meses de uso do dispositivo. A EMD180 e EMD360 não foram correlacionadas com a percepção de fala, e a EMD180, EMD360 e PAI não foram correlacionadas com eABR e preservação da audição residual dos sujeitos. Conclusão: A menor distância dos eletrodos em relação ao modíolo ao final do giro coclear basal sugere inserção mais profunda do feixe de eletrodos na cóclea. Menor número de eletrodos posicionados acima da curvatura espiral ideal estimada ao longo de todo o feixe de eletrodos pode ser determinante para a obtenção de melhores pontuações de percepção da fala em usuários adultos de IC implantados com feixes de eletrodos retos, em curto prazo.