Visualização em química e temporalidade: um estudo de caso sobre práticas e percepções na formação inicial de professores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Alceu Junior Paz da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48136/tde-26042022-105756/
Resumo: As tecnologias digitais e o acesso à internet vêm trazendo à vida social desafios que envolvem as problemáticas relações entre imagens e tempo baseadas na homogeneização, redundância e aceleração do consumo de conteúdo visual, promovendo leituras superficiais e individualizantes. Ao contrário disso, no contexto escolar, pesquisas vêm apontando a necessidade de assegurar um tempo adequado para a aprendizagem com visualizações (representações visuais), o qual tende a se afastar de uma lógica acelerada e a ter um carácter coletivo, em um cenário marcado tanto por poucas pesquisas sobre as formas de uso por parte dos professores quanto por conhecimentos pedagógicos, comumente, intuitivos e formados espontaneamente. Diante disso, nesta tese investigaram-se as práticas e as percepções de licenciandos sobre as relações entre tempo e uso de recursos visuais sob a perspectiva do processo de visualização em Química. Para tanto, procedeu-se a um estudo de caso no âmbito de disciplinas de Metodologia do Ensino de Química para acompanhar o planejamento e a implementação de sequências didáticas temáticas com reflexões posteriores de um grupo de 22 licenciandos. Uma Análise de Conteúdo foi empreendida sobre um questionário inicial, os registros audiovisuais de quatro sequências didáticas temáticas, arguições orais e relatórios escritos individualmente e em grupos. Os resultados mostraram nas práticas de ensino uma correlação positiva entre ambos os aumentos do tempo e da diversificação das ações dos estudantes com recursos visuais e a qualidade das interações verbais dos licenciandos, caracterizada pela predominância de conceitualizações sobre átomos e moléculas, com transições entre este domínio e o dos conceitos macroscópicos e com auxílio ou estímulo à interpretação dos recursos visuais não verbais. Nas percepções dos licenciandos predominou a noção de um tempo rápido em suas falas (falas rápidas) durante as demais atividades da sequência didática enquanto a noção de uso do tempo com recursos visuais químicos ficou restrita ao tempo de duração das interações verbais. A ausência de uma diferenciação temporal entre o uso recursos visuais químicos e temáticos dificultaram a percepção da importância do uso do tempo para o processo de visualização. Por outro lado, a vivência prática e a apreensão de aspectos teóricos reforçaram a percepção da importância de se reservar parte do tempo alocado para a implementação de estratégias de visualização enquanto uma análise crítica sobre a própria prática de ensino estimulou a emergência dessa percepção. Em conjunto esses resultados reforçam a importância da inserção na formação inicial de professores de Química de reflexões sistemáticas sobre as diferentes formas de uso do tempo em sala de aula com recursos visuais e de se construir uma visão do campo de estudos sobre visualizações mais integrada ao currículo escolar.