Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1973 |
Autor(a) principal: |
Mattos, Maria Dulce Romero de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/0/tde-20240301-152354/
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Resumo: |
Utilizando os dados referentes ao Estado de São Paulo, verificou-se que houve um aumento da população urbana com diminuição da população rural. Este incremento não poderia ser explicado pelo crescimento natural da população; assim, considerando os dois importantes fluxos migratórios: inter-estadual e rural urbano optou-se, por razões metodológicas, pelo estudo do fluxo migratório rural-urbano no Estado de São Paulo. Elaborando a revisão bibliográfica sobre literatura referente à migração, duas alternativas teóricas apresentaram-se possíveis de serem utilizadas como suporte ao presente trabalho: (a) Teoria de atração-repulsão e (b) Abordagem objetiva. Após uma crítica a estas alternativas, a teoria de atração-repulsão foi utilizada como quadro de referência teórico. Fundamentada neste quadro de referência, a hipótese geral a ser verificada foi a seguinte: A migração rural-urbana no Estado de São Paulo explica-se pelo desequilíbrio sócio-econômico existente entre as áreas rural e urbana. Este desequilíbrio é provocado por fatores de repulsão existentes na área rural e fatores de atração existentes na área urbana. Para verificar-se esta hipótese foram utilizados dados censitários. O estudo analítico das áreas rural e urbana separadamente permitiu verificar a existência de fatores de repulsão e atração, respectivamente. A comprovação parcial da hipótese geral levou à análise comparativa de ambas as áreas, através das quatro hipóteses de trabalho: 1) Há desequilíbrio entre os setores de atividade rural e urbano em relação à posição na ocupação. 2) Os setores de atividades urbanos proporcionam maior rendimento mensal que o setor de atividade rural. 3) A população inserida nos setores de atividades urbanos apresenta grau de escolaridade mais elevado que a população inserida no setor de atividade rural. 4) Há desequilíbrio entre as áreas rural e urbana no que diz respeito à moradia, em relação aos seguintes aspectos: número de casas particulares, abastecimento de água e rede de esgoto. Para a verificação destas hipóteses de trabalho, foram utilizados os dados do Censo de 1970. A aplicação do teste do X2 veio confirmar a existência do desequilíbrio sócio-econômico entre as áreas rural e urbana. A confirmação da hipótese geral considerada por este estudo permite concluir que: 1) A área rural paulista apresenta fatores sócio-econômicos de repulsão. Estes fatores estão parcialmente ligados às transformações que vem sofrendo o setor agrícola, como: a) O incremento no uso de implementos agrícolas. b) A expansão das áreas de pastagens. c) A especialização de culturas nas várias regiões do Estado. Há outros fatores na área rural que também são de repulsão. Estes fatores relacionam-se à ausência de recursos. Entre os que foram considerados por este estudo, um dos únicos presentes no meio rural é o referente à educação primária. 2) A área urbana paulista apresenta fatores sócio-econômicos de atração. Entre outros fatores pode-se citar: a) O setor urbano apresenta-se mais diferenciado, uma vez que as alternativas de ocupação estão em função do setor industrial e de serviços, que exigem gradativamente uma maior qualificação profissional. b) Na área urbana estão situadas as instituições educacionais nos diversos níveis, com períodos diurno e noturno e as escolas técnicas. c) A área urbana apresenta uma gama de recursos que se fazem presentes pela própria exigência do processo de industrialização, tais como saúde, recreação, infraestrutura, etc. 3) A análise concomitante das áreas rural e urbana através das quatro hipóteses de trabalho, permite afirmar que existe desequilíbrio sócio-econômico entre as áreas rural e urbana. A verificação destas hipóteses mostra que este desequilíbrio manifesta-se através de melhores condições para a área urbana quando comparada à rural. Entretanto, a análise dos dados permite também concluir que, embora a área urbana apresente melhores condições, os recursos nela existentes não são suficientes para suprir toda a sua população. 4) A partir do quadro de referência teórico que foi utilizado como suporte para a análise das áreas rural e urbana do Estado de São Paulo, pode-se concluir que a migração rural-urbana está ligada ao desequilíbrio sócio-econômico entre estas áreas. Decorrente disto, pode-se afirmar que fatores sócio-econômicos existentes, tanto na área urbana como rural, estão relacionados ao fluxo migratório rural-urbano, que se apresenta como um dos fluxos responsáveis pelo crescimento rápido da população urbana do Estado de São Paulo. |