Modelo conceitual hidrogeológico de um caso de contaminação do aquífero fraturado por solventes clorados na Região Metropolitana de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Nascimento, Vinicius Augusto do
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44138/tde-16012024-134452/
Resumo: A construção de um modelo conceitual hidrogeológico bem desenvolvido é fundamental no processo de investigação da contaminação de aquíferos fraturados, sendo também importante em áreas contendo manto de intemperismo, que representa o primeiro reservatório aquífero em conexão hidráulica com o meio de porosidade por fraturas da rocha sã, subjacente. Este trabalho visa contribuir com o desenvolvimento deste tema, apresentando os resultados obtidos em um estudo de caso que utilizou diversas ferramentas de investigação de poços tubulares no aquífero fraturado, como imageadores acústico (ATV) e ótico (OTV), medidores de vazão tipo heat pulse flowmeter (HPF) e obturadores. Para isto, dois poços tubulares foram perfilados, provendo dados estruturais para a caracterização do aquífero fraturado, enquanto os dados do HPF e dos obturadores forneceram dados hidráulicos e possibilitaram a definição de trechos para a coleta e análise química de amostras discretas de água subterrânea. Teste de bombeamento e teste hidráulico do tipo cross-borehole com o uso do HPF foram realizados para a avaliação das conexões entre os aquíferos e os poços tubulares. Na área dois aquíferos foram identificados: (1) o aquífero do manto de intemperismo, livre, de porosidade intergranular e delgado, situado sobre (2) o aquífero fraturado, de natureza livre a semiconfinado, de porosidade secundária, formado por um granito foliado. No aquífero fraturado quatro grupos de fraturas foram reconhecidos, sendo os Grupos I e II, de direção N60W a N60E e mergulhos inferiores a 40°, os mais importantes para o fluxo. Os testes hidráulicos demonstraram conexão entre o aquífero do manto de intemperismo e o aquífero fraturado pelas fraturas rasas do Grupo I que são mais transmissivas em relação aos demais grupos, transportando o contaminante. Já a conexão entre as fraturas interceptadas pelos poços tubulares ocorre predominantemente pelas fraturas mais profundas (>140 metros de profundidade) do Grupo II, que representam uma segunda zona mais transmissiva, conectando hidraulicamente os poços e possibilitando o transporte dos contaminantes pelo aquífero fraturado. A utilização das ferramentas junto aos resultados obtidos demonstraram a aplicabilidade e a importância da investigação do aquífero fraturado no contexto de gerenciamento de áreas contaminadas e levantam a discussão da extrapolação das observações hidráulicas e estruturais realizadas para outras áreas no contexto do Complexo Embu na Região Metropolitana de São Paulo.