Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Lapyda, Ilan |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-10092019-170148/
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Resumo: |
Esta tese é resultado do desdobramento de reflexões iniciadas em trabalho anterior, quando se buscou compreender o conceito de financeirização e discutir algumas das questões que ele envolve. Dada a importância desse fenômeno para a compreensão do capitalismo contemporâneo, bem como da necessidade de se levarem em conta as especificidades de países e regiões, trata-se agora de compreender como se deu a evolução desse processo no Brasil recente, mais precisamente durante o período de Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência da República (2003-2010), por três motivos principais. Primeiro, a década de 1990 momento de penetração do neoliberalismo no país e de integração deste à mundialização financeira já foi devidamente estudada. Segundo, a importância de se investigarem os desdobramentos do capitalismo brasileiro no pós-liberalização sob a égide das finanças. Terceiro, o interesse em compreender as contradições que perpassavam, nesse contexto, um governo do campo da esquerda, bem como as consequências que elas tiveram. Assim, visando contribuir para o debate sobre os governos Lula, um dos objetivos centrais desta pesquisa é fornecer um panorama mais integrado de diferentes elementos do processo de financeirização no Brasil e de seus impactos, já que a maior parte dos trabalhos sobre o assunto foca-se em um ou outro aspecto. Busca-se, a partir disso, dialogar com diferentes análises sobre o período. Outro objetivo central é realizar uma reflexão que se beneficie da distância dos anos e do conhecimento dos desdobramentos posteriores a 2010 a fim de (re)interpretar alguns aspectos do período Lula e avançar alguns comentários sobre o governo Dilma. A principal conclusão é a de que, apesar de o receituário neoliberal stricto sensu ter sido revertido em alguns pontos, o processo de financeirização continuou avançando e se aprofundando no Brasil, tanto em razão de medidas implementadas pelo governo quanto por fatores para além delas. Os bancos continuaram dominantes no país e, apesar da melhora da situação de outros setores econômicos, pode-se dizer que a fração bancário-financeira da grande burguesia (incluindo o capital de aplicação financeira internacional) conservou sua hegemonia. As consequências políticas dessa situação foram sentidas mais tarde, quando o fim do bom momento econômico que permitia a conciliação de objetivos e o enfrentamento mais direto dos interesses financeiros por parte do governo contribuíram para a crise política que levou à remoção de Dilma Rousseff da Presidência. |