Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Alves, Lucas Bassolli de Oliveira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5156/tde-16102019-115016/
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Resumo: |
Introdução: o perfil dos pacientes submetidos ao implante de marca-passos cardíacos está mudando ao longo dos últimos anos causando um impacto direto no custo do tratamento. Neste cenário, a avaliação de desfechos clínicos e do impacto financeiro relacionado ao tratamento torna-se essencial para a melhoria da qualidade assistencial, assim como, para a gestão racional de recursos. Objetivos: avaliar a frequência de complicações pós-operatórias, readmissões hospitalares e mortalidade após implantes iniciais e trocas de geradores de marca-passos cardíacos e analisar os fatores associados ao custo do primeiro ano de tratamento. Métodos: registro prospectivo, com dados derivados da realidade assistencial de um centro cardiológico de alta complexidade, conduzido entre janeiro de 2014 e dezembro de 2016. Os dados foram coletados na hospitalização índice e durante os primeiros 12 meses após a realização do procedimento cirúrgico. Foram revisados prontuários médicos e outras bases de dados hospitalares. O custo do procedimento, da hospitalização índice e do seguimento clínico foram estimados de acordo com os valores reembolsados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e analisados ao nível do paciente. Taxas de readmissão hospitalar e de sobrevivência foram descritas segundo o método de Kaplan-Meier e o método de regressão de Cox foi aplicado para a identificação de fatores associados. Modelos lineares generalizados foram utilizados para estudar fatores associados ao custo total anual do tratamento. Resultados: no total, 1.223 pacientes submetidos a implante inicial (n = 634) ou troca do gerador de pulsos (n = 589) foram incluídos no estudo. O grupo de pacientes submetidos a implante inicial e o de troca de gerador mostraram diferenças significativas no que diz respeito a: idade mediana dos pacientes (72 / 74 anos), proporção de mulheres (52,7% / 59,9%), comorbidades, uso de medicamentos de ação cardiovascular e frequência de procedimentos eletivos (15,4% / 90,2%). Foram observados 70 episódios de complicação em 63 pacientes (5,1%). As principais complicações observadas foram pneumotórax (1,7%) e deslocamento de cabos-eletrodos (1,6%) nos implantes iniciais e problemas no alojamento do gerador (2,3%) nos pacientes submetidos à troca de gerador. A incidência de readmissão em um ano foi de 16,4% (IC 95% 13,7%-19,6%) após implantes iniciais e 10,6% (IC 95% 8,3%-13,4%) após trocas de geradores. Causas não cardiovasculares foram os principais motivos de readmissões hospitalares. A taxa de sobrevivência foi de 88,9% (IC 95% 86,2%-91,1%) após implantes iniciais e 93,3% (IC 95% 91,0%-95,1%) após trocas de geradores. Doença renal crônica, histórico de acidente vascular encefálico, tempo de permanência hospitalar, necessidade de cuidados intensivos pós-operatórios, complicações e readmissões hospitalares mostraram um impacto significativo sobre o custo total do tratamento. Conclusão: implantes iniciais e trocas de gerador de pulsos são procedimentos pouco invasivos, realizados majoritariamente em pacientes idosos e com múltiplas comorbidades. A frequência de complicações pós-operatórias é baixa, no entanto, readmissões hospitalares são frequentes e, principalmente, secundárias a problemas não relacionados ao marca-passo. A sobrevivência verificada em um cenário assistencial real é semelhante à encontrada em grandes estudos observacionais de base populacional. Os resultados confirmam a influência da idade, comorbidades, complicações pós-operatórias e readmissões hospitalares no custo do tratamento. Medidas preventivas devem ser adotadas, com vistas a reduzir a taxa de complicações e readmissões hospitalares e, por consequência, o desperdício de recursos |