Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Santos, Thiago Araujo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-20072016-185024/
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Resumo: |
A Articulação no Semiárido (ASA Brasil) organização que reúne mais de 3000 movimentos sociais, sindicatos, ONGs, associações, coletivos locais e regionais surge, em 1999, com o intuito de fortalecer a reivindicação por soluções definitivas às dificuldades de abastecimento e acesso à água no semiárido brasileiro. Por um lado, o enfoque da ASA está no desenvolvimento e consolidação de um amplo leque de estratégias organizativas voltadas à valorização da autonomia e ao fortalecimento político dos camponeses. Por outro lado, as organizações e movimentos que compõem a ASA dedicam-se à construção e difusão de tecnologias alternativas, de baixo custo, que possibilitam o armazenamento hídrico descentralizado por meio da captação de água da chuva, sendo as cisternas de placas a principal entre elas. Através das estratégias assumidas e das tecnologias alternativas desenvolvidas, as organizações e movimentos sociais ligados à ASA assumem uma posição política contrária às tradicionais soluções hídricas assentadas nas grandes obras de açudagem e nas medidas paliativas de combate à seca, sobretudo por estas resultarem na concentração do abastecimento de água e abrirem espaço para a reprodução de relações de dominação político-clientelistas, sendo a troca de água por voto sua expressão mais evidente. Em 2003, foi criado o Programa de Formação e Mobilização Social para a Convivência com o Semiárido: Um Milhão de Cisternas Rurais (P1MC), fruto de uma parceria estabelecida entre a ASA e o governo federal. Transformada em política pública, a distribuição das cisternas de placas exigiu da ASA a configuração de um aprimorado processo organizativo, de modo a possibilitar um considerável alargamento do alcance espacial dessa articulação e sua atuação em múltiplas escalas geográficas. Tomando como referência a estrutura organizativa e as estratégias configuradas pela Articulação, dedicamo-nos, nesta tese, à análise da dimensão política das ações de convivência com o semiárido desenvolvidas pela ASA. Nesta abordagem, constituem-se objeto de nosso interesse as implicações decorrentes da relação estabelecida com o Estado e os antagonismos frente às tradicionais políticas de combate à seca. Com base nas informações obtidas através de entrevistas, análise documental e trabalhos de campo, fomos levados a considerar as ações político-interventivas e as representações que acompanham as perspectivas de combate à seca e convivência com o semiárido como ideologias geográficas que evidenciam, através do regionalismo, contrapostos interesses de classe, revelando um conflito que encontra na relação entre política e espaço um elemento central. |