Efeito do treino cognitivo durante a estimulação transcraniana por corrente contínua sobre a memória em pacientes com traumatismo cranioencefálico: um estudo duplo-cego, randomizado, placebo-controlado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Paglioni, Vanessa Maria
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5138/tde-26062023-152811/
Resumo: Introdução: O traumatismo cranioencefálico (TCE) é uma das principais causas de sequelas e perda de produtividade de adultos jovens. Logo após a lesão, pode ocorrer a perda de conectividade entre as diferentes áreas do cérebro devido a agressão ao cérebro causado por força física externa, impactando a capacidade de funcionamento e cognitiva dos pacientes. A neuroplasticidade tem importante papel na recuperação neural, homeostase, reestabelecimento de novas sinapses, porém parece ser limitada. Técnicas de treino cognitivo e de estimulação elétrica por corrente contínua (ETCC) têm sido usadas como meio de favorecer e modular a neuroplasticidade cerebral em pessoas com déficits cognitivos e funcionais. Evidências sugerem que a ETCC concomitante ao treino cognitivo é eficaz para melhorar funções cognitivas em pacientes com doenças neurológicas. Porém, estudos em pessoas com TCE ainda são escassos, resultando em poucas opções de tratamentos para sequelas nesses pacientes. Objetivo: Comparar o resultado do índice de memória nas avaliações neuropsicológicas 1 (pré-intervenção, 2 (logo após intervenção) e 3 (após 03 meses do término da intervenção) e entre os grupos 1 (ETCC ativa CTB), 2 (ETCC ativa CPFDLE) e 3 (placebo). Método: Estudo de prova de conceito, clínico randomizado, duplo-cego, placebo-controlado. A amostra é composta por 34 pacientes adultos de ambos os sexos, a partir de seis meses após o TCE fechado e sem contraindicações à ETCC. Três grupos paralelos foram aleatoriamente alocados de acordo com o local e o tipo de estimulação: grupo 1 (CBT n=10, ETCC ativo sobre o cortex temporal bilateral), grupo 2 (CPFDLE n=13 ETCC ativo sobre o córtex pré-frontal dorsolateral esquerdo, e grupo 3 (n=11 ETCC placebo). Dez sessões de ETCC forão realizadas. A intensidade da corrente ativa foi de 2 mA por 20 minutos por sessão e o treino cognitivo online (foi concomitante à ETCC). A análise do desempenho durante as 10 sessões de treino cognitivo é medida pelo tempo de reação das respostas. Resultados: Do grupo ativo 1, (CTB) 7% dos participantes eram do gênero masculino e 3% do gênero feminino, com idade média de 28,6 anos, escolaridade média de 12,8 anos. Do grupo ativo 2, (CPFDLE) 10% dos participantes eram do gênero masculino e 3% do gênero feminino, com idade média de 35,2 anos, escolaridade média de 12 anos. Do grupo 3 (placebo), 7% dos participantes eram do gênero masculino e 4% do gênero feminino, com idade média de 38 anos, escolaridade média de 13,5 anos. Em relação a classificação por tipo de trauma dos participantes do grupo placebo, n=6 (54,4%) tiveram LAD Moderado, n=1 (9%) LAD Grave, n=3 (27,2%) tiveram TCE Moderado (1 Hematoma Subdural Agudo, 1 Hematoma Subdural Crônico e 1 Hematoma Extradural Agudo) e n=1 (9%) TCE Grave (1 Hematoma Extradural Agudo). Na avaliação neuropsicológica referente do índice de memória, analisando os resultados Z-score, nas avaliações neuropsicológicas 1 (pré-intervenção) e 2 (logo após intervenção) (1= -0,14, p= 0,72) e nas avaliações neuropsicológicas 1 (pré-intervenção) e 3 (após 3 meses do término da intervenção). (2= -0,61, p= 0,89) e na interação (3 = 6,28, p= 0,29). Na avaliação neuropsicológica referente ao índice de atenção, analisando os resultados Z-score nas avaliações neuropsicológicas 1 (pré-intervenção) e 2 (logo após intervenção) (1=-0,33, p=0,78) e nas avaliações neuropsicológicas 1 (pré-intervenção) e 3 (após 3 meses do término da intervenção) (2=0,18, p=0,69) e na interação (3 = 0,45, p= 0,79). Na avaliação neuropsicológica referente do índice as funções executivas, analisando os resultados Z-score, nas avaliações neuropsicológicas 1 (pré-intervenção) e 2 (logo após intervenção) (1=-0,44, p=0,39) e nas avaliações neuropsicológicas 1 (pré-intervenção) e 3 (após 3 meses do término da intervenção) (2=0,33, p=0,49) e na interação (3 = 0,32, p= 0,92). Em relação aos resultados relacionados ao treino cognitivo de memória concomitante a ETCC, referente ao tempo de reação médio dos participantes ao longo das tarefas no treino de memória entre os 3 grupos (1= -0,24, p=0,45). Quando o tempo médio das respostas foi analisado entre os grupos ETCC ativo versus ETCC placebo, (1= 4,32, p<0,001), observou-se efeito do nível da tarefa (2= -1,00, p=0,56). Em relação aos resultados relacionados ao treino cognitivo de atenção concomitante a ETCC, referente ao tempo de reação médio dos participantes ao longo das tarefas no treino de atenção entre os 3 grupos (1= 0,03, p=0,07). Quando o tempo médio das respostas foi analisado entre os grupos ETCC ativo versus ETCC placebo (1= -0,76, p=0.64), observou-se efeito do nível da tarefa, (2= -1,31, p<0,001). Conclusão: Não foi encontrado efeito significativo em relação a análise cognitiva entre a avaliação neuropsicológica 1 e 2 e avaliação neuropsicológica 1 e 3 e entre os grupos 1, 2 e 3, os testes utilizados para análise do índice de memória episódica, não confirmando desta forma a hipótese principal. Registro do ensaio clínico no clinicaltrials.gov - (NCT04540783)