A biópsia por agulha grossa no diagnóstico em hematopatologia: um estudo sobre a capacidade diagnóstica e o papel da abordagem multidisciplinar e dos exames complementares na otimização dos resultados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Gonçalves, Marianne de Castro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5144/tde-19012023-102700/
Resumo: INTRODUÇÃO: A biópsia cirúrgica (BC) é considerada o método ideal para obtenção de material para o diagnóstico de linfomas, no entanto, técnicas percutâneas menos invasivas têm ganhado espaço, destacando-se a biópsia por agulha grossa (BA). O objetivo do presente estudo foi comparar a capacidade diagnóstica de BCs e BAs, bem como avaliar a aplicabilidade dos critérios da OMS 2017 no diagnóstico de proliferações linfoides benignas e malignas em BAs. CASUÍSTICA E MÉTODOS: Foram selecionados casos de proliferações linfoides, com material de biópsia disponível no Laboratório de Patologia do Hospital Sírio-Libanês no período de outubro de 2013 a agosto de 2017. Os casos foram divididos em grupos de BC e BA e a capacidade diagnóstica dos dois métodos foi medida, levando-se em consideração o percentual de diagnósticos definitivos obtidos. Foi analisado o impacto de fatores como características inerentes a diferentes subgrupos de doenças, obtenção de dados clínicos, avaliação da adequabilidade da amostra por patologista durante o procedimento, número e tamanho de fragmentos, calibre da agulha, bem como realização de imuno-histoquímica (IHQ), imunofenotipagem por citometria de fluxo (IFT CMF) e demais exames complementares. RESULTADOS: Amostras de 476 pacientes foram analisadas, sendo 218 BAs e 258 BCs. A capacidade diagnóstica das BCs foi de 97,3% e das BAs, 91,3% (P=0,010). Em relação à contribuição relativa dos outros fatores analisados, informações clínicas foram imprescindíveis para o diagnóstico em 20,6% das BAs, em comparação com 7,4% das BCs (P>0,001), IHQ em 96,3% das BAs em comparação com 91,5% das BCs (P=0,020), IFT CMF em 12% das BAs em comparação com 6,8% das BCs (P=0,165) e demais exames em 8,9% das BAs em comparação com 17,3% das BCs (P=0,140). Maior porcentagem de BAs não satisfatórias foi observada em casos de linfoma de células T (10%), seguido pelo linfoma de Hodgkin clássico (9,4%). Maior discordância com dados clínicos foi observada na graduação dos linfomas foliculares em amostras de BA (23,1%). Maior porcentagem de amostras insatisfatórias e de resultados discordantes na IFT CMF foi encontrada no Linfoma de Hodgkin clássico (48,5% de discordância) e predominância linfocítica nodular (100% de discordância). Fatores que não influenciaram diretamente no desempenho diagnóstico neste estudo foram a avaliação do material por patologista durante o procedimento, número e tamanho dos fragmentos e calibre da agulha. CONCLUSÃO: A BA demonstrou ser útil no diagnóstico de proliferações linfoides nesta instituição, sendo possível aplicar os critérios da OMS 2017. O seu desempenho dependeu de maior integração entre dados clínicos e exames complementares. Em especial, a IFT CMF mostrou-se útil neste contexto. A principal limitação da BA esteve relacionada ao diagnóstico de algumas entidades como os linfomas de células T e os linfomas de Hodgkin clássico