Dinâmica populacional de Amaranthus hybridus L. e Amaranthus viridis L.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1988
Autor(a) principal: Maluf, Angela Maria
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11137/tde-20230818-145339/
Resumo: Os estudos em ecologia de populações e especialmente os de dinâmica populacional são de grande importância, oferecendo informações essenciais ao manejo e controle de populações. Neste contexto, o presente trabalho utilizou duas espécies invasoras de Amaranthus, A. viridis e A. hybridus, esta última com dois biotipos distintos, tipo verde e tipo roxo. As espécies foram coletadas em cinco locais, na região de Piracicaba, sendo que num destes locais ocorria A. viridis (Av-1) associado ao A. hybridus, tipo verde (Ahv-1) e em outro, A. viridis (Av-2) associado aos dois biotipos de A. hybridus, tipo verde (Ahv-2) e tipo roxo (Ahr-2). Nos demais locais, ocorria apenas A. hybridus - tipo verde (Ahv-3, Ahv-4 e Ahv-5). Os objetivos específicos deste trabalho foram estudar o comportamento das espécies e biotipos, que ocorriam associados (dois locais), em competição intra e interespecífica, bem como seu padrão de alocação de energia. E ainda, para todas as espécies e biótipos dos cinco locais, estudar o efeito de temperaturas, regimes de luz e pré-tratamentos sobre a germinação das sementes e verificar a variabilidade genética através do estudo de isoenzimas, como auxílio à interpretação dos ensaios de competição. As respostas à competição intraespecífica variaram conforme a população de uma determinada espécie (local 1 ou 2) e o tipo de propágulo inicial (sementes ou plântula). Quando o propágulo inicial foi plântula, praticamente todas as plantas de A. hybridus - tipo verde (Ahv-1) entraram em fase reprodutiva e produziram sementes, independentemente do seu tamanho, mesmo nas maiores densidades de cultivo, o que não ocorreu para A. viridis (Av-1) onde apenas algumas plantas, as maiores, produziram sementes. Para Av-1 também ocorreu uma mortalidade de plantas superior à Ahv-1. A espécie Ahv-1 mostrou-se mais estrategista -r que Av-1, alocando cerca de 35-39% de biomassa para reprodução, contra 10-20% em Av-1. Por outro lado, quando partiu-se de sementes, estas mesmas espécies (Ahv-2 e Av-2) alocaram praticamente a mesma proporção de estruturas reprodutivas (de 22 a 34% conforme a densidade) e mostraram ser mais estrategistas -r que Ahr-2 que alocou apenas 15-18%. O aumento de densidade provocou uma diminuição da altura de planta e aumentou a desuniformidade destas alturas quando o propágulo inicial foi plântula. Quando o propágulo foi semente, nas menores densidades é que desuniformidade foi maior. Quando as plantas entraram em fase reprodutiva, ocorreu uma diminuição da energia alocada para folhas, em favor do desenvolvimento de estruturas para reprodução. Sob condições de competição interespecífica, houve uma tendência de A. hybridus - tipo verde dominar A. hybridus - tipo roxo e A. viridis, visto que a espécie que dominou e, portanto, que contribuiu para a próxima geração foi A. hybridus - tipo verde. O mesmo aconteceu para A. hybridus - tipo roxo que dominou A. viridis. A produção de estandes puros e mistos foi em muitos casos semelhante. Às vezes, a produção de folhas e de estruturas vegetativas do estande puro de A. viridis foi inferior ao de A. hybridus. Em cultivo misto, houve casos em que as espécies estavam competindo pelos mesmos recursos (PTR=1) ou explorando recursos diferentes do ambiente (PTR>1) ou mesmo sob antagonismo mútuo (PTR<1). Houve uma grande variação na porcentagem de germinação média em A. hybridus - tipo verde (33 a 79%). A germinação de A. viridis esteve ao redor de 31% e de A. hybridus - tipo roxo foi de 50%. No geral, os tratamentos com luz (fotoperíodo de 12 horas) foram significativamente superiores ao escuro total, embora algumas populações como Ahv-1 e Ahv-3 tivessem comportamento mais ou menos semelhante nos dois regimes de luz. A temperatura ótima para germinação de A. viridus ocorreu à 30°C e para A. hybridus à 35°C, que muitas vezes não diferiu estatisticamente de 30°C. No entanto, Ahv-1 e Ahr-2, comportaram-se semelhantemente em todas as temperaturas (25, 30 e 35°C). Praticamente não houve efeito de pré-tratamento de sementes na germinação, apenas para Ahr-2 o choque térmico à 55°C foi benéfico. Houve maior variação enzimática para os locos de peroxidase quando comparado aos da esterase, para a maioria das populações de Amaranthus. Para as populações do local 1, Ahv-1, que venceu em competição, não apresentou variação e, Av-1, a que perdeu em competição, apresentou variação. Para as populações do local 2, o nível de variação cresceu no mesmo sentido da superioridade das espécies em competição ou seja, Ahv-2 > Ahr-2 > Av-2.