Alterações na legislação brasileira de manejo florestal e seus efeitos na distribuição espacial e polinização de espécies madeireiras amazônicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Sontag, Vanessa Erler
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11150/tde-13032018-155634/
Resumo: Conhecer o comportamento espacial e demográfico e a dinâmica genética das espécies madeireiras e manter uma distância entre as árvores que permita sua reprodução é essencial para o desenvolvimento de procedimentos de manejo que visem a conservação das espécies e garantia de estoques futuros de madeira. No entanto, quando uma área é explorada para fins madeireiros, as árvores remanescentes podem não ficar a uma distância viável a polinização. A legislação brasileira atual limita a exploração de espécies com baixa densidade de ocorrência e define alguns critérios para a escolha das árvores remanescentes, porém, eles levam em consideração apenas o número de indivíduos e não os fatores ecológicos e genéticos das espécies além de serem os mesmos aplicados a toda Amazônia. O objetivo deste trabalho foi analisar o comportamento espacial de três espécies madeireiras, a Manilkara huberi, a Hymenaea courbaril e o Handroanthus serratifolius, em quatro áreas de estudo na Amazônia brasileira a partir de inventários de empresas florestais e verificar a implicação das últimas mudanças ocorridas na legislação no processo de polinização dessas espécies. O trabalho foi dividido em duas partes. A primeira verificou se essas três espécies possuem o mesmo padrão espacial em diferentes regiões da Amazônia e discutiu a questão da raridade presente na legislação. Foi calculada a densidade e a matriz do vizinho mais próximo para todos os indivíduos antes do corte das três espécies em cada área de estudo e as distâncias plotadas em um gráfico quantil-quantil. Os resultados mostraram que a Manilkara huberi é uma espécie que pode ser encontrada em alta ou baixa densidade e em agregados ou não dependendo da região de ocorrência, diferente do Handroanthus serratifolius que apresenta uma densidade e padrão de distribuição semelhante independente da região de ocorrência. A Hymenaea courbaril permeia entre essas duas situações. Notou-se uma semelhança na distribuição das espécies entre as áreas próximas. A segunda parte analisou as consequências da alteração da legislação na distância entre as árvores remanescentes das três espécies e verificou se essa distância era viável para o processo de polinização. Foi simulado o corte a partir de cenários legislativos, em que apenas o diâmetro mínimo de corte (DMC) foi alterado. Os resultados mostraram que houve uma diminuição na distância entre árvores. A diminuição favoreceu o processo de polinização visto que os polinizadores precisam percorrer menores distâncias na busca por alimento. A legislação tem tomado um caminho mais conservativo, porém há muito o que ser desenvolvido, visto que cada espécie possui sua própria ecologia reprodutiva mas são manejadas da mesma forma.