Docência: elementos de sustentação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Ferreira, Doralice Bortoloci
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-28092010-101719/
Resumo: Nas últimas décadas a profissão docente vem atravessando uma grande fase de desprestígio, pois o professor é colocado como responsável pela maioria dos insucessos da aprendizagem. Como se não bastasse para se manter nessa posição o professor necessita de um aprimoramento contínuo que inclui a utilização de teorias modernas, conhecimentos tecnológicos e, além disso, uma permanente ampliação da sua rede de saberes. O que o coloca numa situação angustiante e permanente de queixas dirigidas a todos os envolvidos no processo educativo. Mesmo diante desse quadro que está estabelecido pessoas continuam estudando para serem professores e, as que estão em sala de aula também não abandonam a profissão, o que nos faz perguntar O que sustenta o professor na docência? Para responder essa questão entramos em contato com as Histórias de Vida e entrevistas de professores que cursavam uma disciplina de pós-graduação. Analisamos as Histórias de Vida utilizando o conceito de ethos modificado por Maingueneau (2005) e relacionado à Análise do Discurso e a partir do ethos discursivo obtido, organizamos as situações marcantes em termos de demandas subjetivas feitas pelo professor. Essas demandas olhadas por um novo referencial, o psicanalítico, foram caracterizadas em: dívida simbólica, reedição parental, demanda de amor e gozo. A estrutura explicativa obtida nos sugeriu uma analogia com o modelo dos Programas de Pesquisas de Lakatos (1979), pois em nossa interpretação, as condições que caracterizam o progresso ou abandono de um paradigma têm a mesma estrutura das que se referem ao progresso ou abandono da carreira docente. Inferimos finalmente que o professor se mantém na docência porque esse lugar ainda propicia condições para que ele possa atualizar e dar atendimento as suas demandas mais subjetivas. Na nossa interpretação, condições institucionais que ajudem na proteção dessas demandas primordiais também podem se constituir como fator vital para a permanência na docência.