Apego materno-fetal e indicadores emocionais em gestantes de baixo e alto risco: um estudo comparativo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Zeoti, Fernanda Saviani
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-21102013-154637/
Resumo: A gravidez é um evento que envolve adaptações físicas e emocionais na vida de qualquer gestante, sendo um período em que indicadores emocionais, como a ansiedade e a depressão, podem-se alterar. É também neste período que a vinculação da mãe com seu bebê, que vai nascer, começa a ser estabelecida. Esta vinculação, chamada de apego materno-fetal, é importante para a qualidade de todos os laços afetivos futuros de qualquer indivíduo. Assim, o objetivo deste estudo foi verificar as possíveis diferenças nos comportamentos de apego materno-fetal apresentados por gestantes normais e com gravidez de risco. Para tanto, participaram desta pesquisa gestantes que realizaram exames ultrassonográficos na Escola de Ultra-Sonografia e Reciclagem Médica de Ribeirão Preto, sendo 25 com gravidez normal e 23 que apresentaram gravidez de risco. Entre estas, com gravidez de risco, quatro tiveram fetos malformados. Este estudo foi longitudinal e contou com três etapas de coleta de dados: a primeira, antes da realização do exame de ultrassonografia durante o segundo trimestre gestacional; a segunda, até dois meses após o exame e a terceira, até seis meses após o nascimento dos bebês. Utilizaram-se a Escala de Apego Materno-fetal, os Inventários de Ansiedade e Depressão de Beck e três roteiros de entrevista, um para cada fase de coleta, elaborados para atender aos objetivos desta pesquisa. Os dados obtidos foram analisados quantitativamente, de acordo com as normas estabelecidas de cada um deles, e os dados das entrevistas foram transcritos na íntegra e explorados a partir do sistema quantitativointerpretativo. Posteriormente, os dados foram correlacionados entre si, através de testes estatísticos não paramétricos. Assim, obteve-se que não há diferenças entre o apego maternofetal dos dois grupos estudados, sendo que este índice aumentou à medida que a gestação avançava, apresentando-se valores máximos desde antes da ultrassonografia, no segundo trimestre gestacional. O aumento do apego foi confirmado pelo relato das gestantes, ao demonstrarem a intensificação dos comportamentos que apresentavam em relação a seus bebês, conforme a gravidez evoluía e também depois do nascimento deles. Os índices de ansiedade e depressão mostraram-se mais elevados, durante todo o período pré-natal e também depois do nascimento, entre as participantes cujas gestações foram de risco, principalmente para aquelas que tiveram filhos malformados. Estas gestantes, especialmente, sofreram o impacto da notícia de uma malformação em seus filhos ainda intraútero e quando os mesmos nasceram, apresentando reações de choque, negação, tristeza e equilíbrio na busca por adaptação à situação que vivenciavam. Conclui-se que a gravidade da realidade vivida por estas mães implica em níveis mais elevados de ansiedade e depressão, porém, não impede a formação da relação de apego entre elas e seus filhos. Enfatiza-se, portanto, a necessidade de programas de saúde com profissionais especializados que visem a assistência pré-natal emocional a todas as gestantes, de um modo geral, e principalmente àquelas que apresentam condições adversas durante a gestação.