Uso e diversidade genética em populações naturais de biriba (Eschweilera ovata [Cambess.] Miers): subsídios ao manejo e conservação da espécie.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Gusson, Eduardo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/91/91131/tde-29072004-161407/
Resumo: A exploração de produtos não madeireiro em florestas nativas tem sido alternativa na composição da renda de comunidades locais. Dentre as diversas espécies exploradas da Mata Atlântica, a biriba - Eschweilera ovata (Cambess.) Miers - vem sendo intensamente utilizada para a confecção do berimbau. Disponibilizar informações que auxiliem em apontar diretrizes para adequadas formas de conservação genética e manejo desta espécie é de fundamental importância, tanto do ponto de vista ecológico como econômico e social. Com este objetivo, realizou-se o estudo do sistema reprodutivo e da estrutura ge nética de E. ovata, através da técnica de eletroforese de isoenzimas, em três áreas de ocorrência natural de populações da espécie sob diferentes graus de antropização, sendo uma explorada e outras duas sem exploração, localizadas próximas à cidade de Salvador - BA. Os resultados do sistema de reprodução, obtidos para duas populações, mostram que a espécie reproduz-se predominantemente por cruzamento, tendo $ t m variado de 98,5% a 99,9%, valor este superior à média apresentada pelas espécies arbóreas tropicais. Uma certa taxa de cruzamentos endogâmicos foi evidenciada nas populações estudadas, sendo praticamente 100% da endogamia gerada nas progênies resultado de cruzamento entre parentes na população natural, e 76,8% na população explorada, sendo o restante atribuído a autofecundação. O valor estimado para o coeficiente de coancestralidade dentro de progênies ( $qF ) variou de 0,191 a 0,211. As estimativas das correlações de autofecundação ( s rˆ ), foram relativamente baixas em ambas as populações e não diferentes estatisticamente entre si, (variando de 0,100 a 0,107). O número provável de árvores doadoras de polén foi extremamente baixo, tendo em média, dois indivíduos por árvore matriz. O tamanho efetivo de variância (Ne(v)) médio das populações foi de 2,13, sendo necessário assim, para reter o tamanho efetivo de 50, a coletas de cerca de 23 árvores nestas populações. O tamanho efetivo populacional foi próximo ao número de indivíduos amostrados. A divergência genética entre as populações de adultos ( $ q pA ), foi de apenas 2,5%,indicando que a maior parte da diversidade genética encontra-se distribuída dentro das populações (97,5%). A divergência entre populações, estimada com base nas progênies ( $ q pP ) foi ainda menor, de 1,4% (0,1 a 3,5 O número médio de alelos por locos foi de 2,14 nos adultos e de 2,41 nas progênies. A porcentagem de locos polimórficos nas árvores adultas foi de 85,4% e nas progênies de 81,8%. A heterozigosidade esperada segundo as expectativas do Equilíbrio de Hardy-Weinberg (EHW) foram altas e variaram de 0,354 a 0,431, e a heterozigosidade observada variou de 0,332 a 0,371, sendo, tanto na progênies como nos adultos das populações, menor do que a heterozigosidade esperada, indicando que há mais homozigotos nas populações que o esperado pelas proporções do EHW. A análise de autocorrelação espacial das árvores de E. ovata dentro da populações estudadas mostrou haver estruturação, sendo que quanto mais próximos os indivíduos maior é probabilidade deles serem parentes. Os resultados obtidos possibilitaram realizar inferências a respeito da conservação e manejo da espécie.