A interioridade em abismo: estudo sobre o discurso indireto livre e a crise da forma em Quincas Borba

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Seminatti, Tiago
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8149/tde-12092016-123440/
Resumo: Esta dissertação consiste num estudo crítico sobre Quincas Borba, de Machado de Assis, que tem como hipótese principal a de que a crise psíquica do personagem tem correspondente com o processo de problematização da forma do romance. Na obra encontramos, por meio de uma voz narrativa versátil, um personagem cindido, cuja trajetória culmina em loucura e morte. O escritor produziu uma obra inquieta diante de esquematismos propostos pelo Romantismo e Naturalismo, em uma possível busca de modalidades de ficção que estivessem mais de acordo com o seu perfil artístico (PASSOS, 2007). Além disso, ligar-se-ia à crise do personagem e aos questionamentos envolvendo a forma do romance a crise de composição que Machado de Assis enfrentou durante a escrita de Quincas Borba. O romance foi reescrito, produzindo diferenças entre a versão em folhetim, publicada em A Estação (1886-1891), e a publicada em livro (1891). Procuramos analisar tais variantes nas duas versões, considerando o uso que o escritor fez do discurso indireto livre na representação da interioridade dos personagens, incluindo o protagonista. Assim, ao considerar como a fragmentação da consciência de Rubião é operada pelo narrador de Quincas Borba e qual o seu sentido na relação estabelecida com os outros elementos da obra, a pesquisa pretende analisar o modo como Machado de Assis lidou com a forma do romance para compor um personagem em processo de desintegração psíquica, justamente em uma obra problemática do ponto de vista de seu próprio processo de escrita.