Jornadas de visita e de luta: tensões, relações e movimentos de familiares nos arredores da prisão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Lago, Natália Bouças do
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-20122019-174339/
Resumo: Esta tese trata de mulheres que circulam pela prisão como familiares de presos, que vivem suas vidas e desenvolvem seus projetos em meio a tensões de múltiplas ordens que têm a prisão como seu fulcro. Abordo a prisão através das possibilidades imaginadas a partir dela e dos limites impostos pela instituição prisional em regras, relações e intervenções. Segui os agenciamentos dessas mulheres, assim como seus limites, as desigualdades e a produção de diferenças entre mulheres marcadas pela prisão. A tese articula três diferentes contextos etnográficos: i) a fila de visitas da prisão e uma hospedaria para mulheres de preso em uma cidade do interior paulista aqui chamada de Tamara; ii) as atividades da associação de familiares de presos Amparar, localizada em São Paulo-SP; e iii) os debates sobre a prática da revista íntima, a denúncia de seu caráter vexatório e as disputas em torno de sua proibição que envolveram ONGs, movimentos de Direitos Humanos, legisladores, defensores públicos, familiares de presos e os próprios prisioneiros. Os contextos etnográficos foram desvelados a partir de narrativas de mulheres de preso e de mães e familiares de preso que descrevem tensões e violações que atravessam suas vidas e corpos nas relações com a prisão e que também dão ensejo aos seus esforços de caminhar por entre as tensões. Seus agenciamentos e as regulações nos arredores da prisão operam a partir de convenções de gênero que fazem emergir modos de ser mulher de preso, de ser mãe de preso e de ser movimento de familiares.