Alberto Nepomuceno, Artémis: um estudo de análise neorriemanniana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Taddei, Rita de Cassia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27157/tde-26052015-120059/
Resumo: Este trabalho analisa a estruturação harmônica do episódio lírico Artémis, de Alberto Nepomuceno, buscando demonstrar que a técnica usada pelo compositor emprega sistematicamente os princípios da linguagem do cromatismo pós-wagneriano. Observa-se, inicialmente, que o projeto dessa obra encontra-se na vanguarda das estéticas de seu tempo, alinhando-se com as correntes progressistas do período. Nesse sentido verifica-se que, apesar de Nepomuceno ter sido identificado pela historiografia modernista como precursor do nacionalismo musical brasileiro, nesta obra prevalece sua inclinação cosmopolita. Para o desenvolvimento da pesquisa examinou-se inicialmente qual ferramenta de análise harmônica, dedicada ao repertório do cromatismo romântico do final do século XIX, seria mais adequada ao Artémis. Apresenta-se, por isso, uma introdução às teorias analíticas aplicáveis ao repertório com tonalidade expandida do século XIX, focando nos trabalhos de Hugo Riemann, Arnold Schoenberg e David Kopp. As teorias harmônicas de Riemann, sendo a matriz primordial dessas teorias, são extensamente investigadas. Comparamos, a seguir, as propostas dos três teóricos no que se refere a ferramentas de análise para peças com estrutura cromática. Discorrendo sobre aspectos positivos e negativos de cada teoria investigada, apontamos a recente teoria neorriemanniana de Kopp como a que melhor sistematizou, para nossos propósitos, os avanços acadêmicos no entendimento dos problemas harmônicos do repertório cromático do século XIX. Defendendo a importância de se atrelar, adequadamente, teoria, análise e repertório, confrontamos teoria e prática analítica, aplicando ao Artémis a sistemática das transformações cromáticas de Kopp. Conseguimos assim demonstrar, na prática do processo analítico, através de uma ferramenta de análise perfeitamente ajustada ao repertório proposto, resultados que atestam a coerência estrutural do texto musical abordado aos princípios transformacionais da harmonia cromática pós-wagneriana.