Caracterização de processos patológicos que acometem peixes-de-briga-Siamês (Betta splendens) no estado de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Kida, Vivian Renata
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10133/tde-27022023-123157/
Resumo: Os peixes ornamentais ocupam o quarto lugar em número como animal de estimação no Brasil e há destaque para o peixe-de-briga-siamês (Betta splendens), devido a ser de fácil manejo e apresentar atraente variedade de cores e formato de nadadeiras. O objetivo foi determinar e caracterizar as causas de morte e morbidade de peixes betas de cinco fornecedores de São Paulo por meio de avaliações clínicas, dos parâmetros fisicoquímicos da água, pesquisa de ectoparasitas e necropsia com análise histopatológica dos órgãos no período de 2021 e 2022. Foram analisados 120 betas, sendo 76 (63,3%) machos e 44 (36,7%) fêmeas, predominantemente de cauda longa (41,6%), plakat tradicional (26,6%) ou cauda curta (24%). As queixas principais dos cinco fornecedores foram lesões tegumentares (60%), de coloração, prostração, natação, postura na coluna d’água, aumento de volume da cavidade celomática e mortalidade. A qualidade da água foi satisfatória para 23,3% dos peixes, mas 76,7% dos betas eram mantidos em águas com concentrações de amônia não-ionizada e/ou nitrito acima dos limites recomendados. As lesões de nadadeiras caudal e dorsal de machos (70%), prostração (21,6%), natação irregular (21%), aumento da cavidade celomática (14,1%), interrupção de integridade cutânea (11,7%) e decúbito lateral (11,6%) foram as alterações clínicas mais frequentes. Os ectoparasitos diagnosticados foram monogenoides (0,8%), Trichodina spp. (2,5%) e Ichthyophthirius multifiliis (5,8%). Hiperplasia de lamela primária (79,8%), anisocariose em hepatócitos (55,8%), hiperplasia de centros melanomacrófagos nos rins (45,8%) e baço (36,6%) foram as alterações mais frequentes na histopatologia. Granulomas focais ou multifocais foram observados em 53,3% betas, sendo em 25% positivos para pesquisa de bacilos álcool-ácido resistentes. Neoplasias como causa de morte ocorreu em 5,3% dos betas mantidos em aquários com parâmetros de água controlados e apropriados, sendo diagnosticados nefroblastoma, iridoforoma maligno e melanoma. Condições inapropriadas de água foram relacionadas a maior ocorrência de alterações clínicas e anatomopatológicas, sugerindo a influência da qualidade da água na saúde dos betas, exceto em relação a frequência de granulomas e de neoplasias. O perfil dos betas comercializados e suas principais causas de morbidade e mortalidade foram determinadas e caracterizadas mostrando com destaque a frequência de processo infeccioso com potencial zoonótico na cadeia produtiva de peixes betas.