Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Tavares, Roberta Avila do Nascimento |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5139/tde-23062023-143514/
|
Resumo: |
Introdução: Dor pélvica e infertilidade são os sintomas mais comuns em pacientes com endometriose, com forte impacto na qualidade de vida. A doença está associada a inflamação e níveis elevados de citocinas no plasma, o que sustenta a hipótese de que a dor na endometriose está relacionada ao processo inflamatório subjacente. Tanto o tratamento hormonal quanto o cirúrgico da endometriose apresentam limitações, o que incentiva a busca por novas abordagens terapêuticas. Em estudo anterior, foi demonstrado que, assim como os tumores malignos, as lesões de endometriose profunda exibiam superexpressão de receptores de LDL. Posteriormente, também foi demonstrado que o LDE foi intensamente captado por essas lesões. Essas descobertas sinalizam para a possibilidade do uso do LDE como carreador de drogas no tratamento da endometriose, especialmente em mulheres com lesões difíceis de excisar cirurgicamente. Objetivo: avaliar a segurança e eficácia do uso do metotrexato acoplado à nanoemulsão lipídica (LDE-MTX) para o tratamento clínico da endometriose profunda intestinal. Pacientes e métodos: Estudo piloto, com uma coorte de 11 pacientes com endometriose profunda e intestinal, que receberam uma dose (n=3) intravenosa de LDE-MTX (25 mg/m2), ou duas doses (n=8) de LDE-MTX (total 50 mg/m2), com intervalo de uma semana. Todas as pacientes tinham queixa de dor pélvica com nota maior ou igual a 7 na escala visual analógica de dor (EVA) e todas apresentavam ultrassom pélvico e transvaginal com preparo intestinal indicando a presença de lesão intestinal acometendo, no mínimo, a camada muscular interna da parede do retossigmóide. As pacientes foram avaliadas quanto às queixas clínicas antes e após 90, 120 e 180 dias da medicação e examinadas antes e após 180 dias da medicação. As lesões de endometriose foram mensuradas por meio do ultrassom antes e após 30 e 180 dias da medicação; exames laboratoriais para controle de toxicidade foram realizados antes e após 90 e 180 dias. Resultados: As pacientes apresentavam idade entre 30 e 47 anos, eram primíparas na maioria (54,55%) e, em média, tinham sobrepeso (IMC médio de 26,15 kg/m2 6,50). Oito pacientes faziam uso de medicação hormonal e nove faziam uso de medicação analgésica. A maioria das pacientes não apresentou eventos adversos durante a infusão do LDE-MTX, mas sintomas tardios como náuseas (n=7) e dor abdominal (n=6) foram reportados. Os escores de dispareunia (p<0,001), dor pélvica acíclica (p=0,008) e disquezia (p=0,025) melhoraram significativamente ao longo do período avaliado. A queixa de dismenorreia mostrou redução na EVA, mas não estatisticamente significativa. Não houve mudanças no exame físico das pacientes. As lesões intestinais visualizadas ao ultrassom não apresentaram mudança significativa em relação ao tamanho e diâmetro. As dosagens séricas de FSH, LH, hormônio anti-mülleriano e prolactina não apresentaram alteração estatisticamente significativa. Os valores de TSH, AST, ALT, hemoglobina, leucócitos e plaquetas apresentaram aumento estatisticamente significativo; no entanto, excetuando o TSH, todos os outros parâmetros se mantiveram dentro da faixa de normalidade. Subgrupo de análise entre infusão de uma ou duas doses de LDE-MTX não demonstrou diferença (p>0,005), mas encontrou diferença ao longo do tempo para dispareunia (p=0,002), dor acíclica (p=0,008) e disquezia (p=0,025), sendo observada diferença significativa entre os tempos, com comportamento diferente dentro de cada dose. Para a queixa de disquezia, o valor global de p, que é significativo, se atribui à realização de duas doses da medicação. Conclusão: De acordo com os resultados observados no presente estudo, podemos concluir que houve melhora significativa nas queixas de dispareunia, dor pélvica acíclica e disquezia nas pacientes com endometriose profunda e intestinal tratadas com LDE-MTX, sem relato de eventos adversos graves. Em relação ao tamanho das lesões avaliadas por meio do ultrassom, não foram observadas mudanças. Entendemos que pesquisas futuras com diferentes doses desta medicação devem ser realizadas para melhor análise dos potenciais benefícios desse modelo inovador de tratamento da endometriose |