Caracterização molecular da gp120 do HIV-1 e suas implicações sobre o tropismo pelos correceptores CCR5 e CXCR4

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Arruda, Liã Bárbara
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/99/99131/tde-07072014-115528/
Resumo: A descoberta do tropismo do Vírus da Imunodeficiência Humana tipo 1 (HIV-1) pelos correceptores CCR5 e CXCR4 propiciou o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas com alvo nestes correceptores. Os antagonistas de CCR5 são fármacos que bloqueiam o correceptor CCR5, impedindo a entrada do (HIV) na célula, levando a uma diminuição significativa da viremia. Porém, a administração deste medicamento depende da determinação do tropismo dos vírus do indivíduo infectado antes e ao longo do uso desta estratégia terapêutica. A alça V3 da gp120 do envelope do HIV-1 é considerada o principal determinante do tropismo, mas outros fatores como diferenças intrínsecas entre as variantes do HIV-1, o número de sítios de N-glicosilação, variações no comprimento de determinadas regiões e a carga elétrica global da gp120 também podem afetar o tropismo viral. Este estudo apresenta a caracterização molecular da gp120 e a relação dos fatores moleculares com o tropismo pelos correceptores CCR5 e CXCR4. Foram incluídos no estudo 283 indivíduos infectados pelo HIV-1, dos quais foi possível obter 265 sequências da alça V3, resultados de tropismo fenotípico para 78 amostras e 20 sequências da gp120 completa. O tropismo fenotípico demonstrou a prevalência de vírus R5 (70,5%) e a presença de apenas uma amostra contendo exclusivamente vírus X4. O tropismo genotípico classificou 71,7% das sequências como vírus R5 e 28,2% como capazes de utilizar o correceptor CXCR4. A concordância entre os resultados de tropismo fenotípico e genotípico foi de 74,5%. Houve a prevalência do subtipo B (82%), sendo que a variante B\'(GWGR) esteve presente em 34,5% dos casos. Em média, as sequências da gp120 apresentaram 22 sítios de N-glicosilação, concentrados nas regiões C2 e C4. A carga elétrica líquida apresentou médias semelhantes entre vírus R5 e X4 tanto para a alça V3 quanto para a gp120. As características moleculares descritas neste estudo apresentaram distribuição semelhante entre vírus R5 e X4, não sendo possível estabelecer relações entre estes fatores a determinação do tropismo.