Os indígenas Pankará, o rio São Francisco e a barragem de Itaparica (Luiz Gonzaga): movimentos identitários e relações socioambientais no Semiárido pernambucano (1940-2010)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Oliveira, Edivania Granja da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-04102022-153000/
Resumo: Esta Tese abordou a presença indígena Pankará nas Serras do Arapuá e Cacaria (Carnaubeira da Penha, PE), no Serrote dos Campos (Nova Itacuruba, PE), as relações com os ambientes habitados relacionados com o rio São Francisco e os fluxos de trocas socioculturais entre diversos grupos étnicos na região, localizada no Semiárido, no chamado sertão de Itaparica, Submédio São Francisco, na fronteira entre Pernambuco e Bahia. Os Pankará habitantes na Serra do Arapuá deflagraram o processo de afirmação indígena em 2003, mobilizados pela garantia de direitos territoriais, a educação e saúde específicas. Os parentes habitantes na área urbana da Nova Itacuruba se mobilizaram em 2007 pelo reconhecimento étnico ocupando uma área na zona rural, no Serrote dos Campos, antigo local de ritual e percurso dos Pankará quando desciam a Serra do Arapuá para as margens e ilhas do rio São Francisco, indo realizar plantios agrícolas ou trabalhar em fazendas, atividades de sobrevivência em períodos de estiagem. Também faziam a travessia do rio São Francisco durante várias épocas do ano, para participação em rituais com o povo indígena Tuxá, habitantes na Velha Rodelas. Buscou-se compreender as mobilizações dos Pankará e de outros grupos étnicos em busca de reconhecimento pelo SPI entre as décadas de 1940 e 1960. Com a construção da barragem de Itaparica (atual Lago Luiz Gonzaga) entre as décadas de 1970 e 1980, além dos impactos socioambientais, houve o rompimento dos fluxos de migrações sazonais, práticas agrícolas, de trabalhos e ritualísticas nas margens e ilhas no rio São Francisco e novos processos de emergências étnicas de indígenas e quilombolas, reassentados na Nova Itacuruba, PE, e no Perímetro de Irrigação Brígida (Orocó, PE). Por meio da pesquisa em fontes documentais variadas como relatórios da Chesf e o acervo do SPI, além das memórias orais dos indígenas, procurou-se discutir sobre as relações e afirmações identitárias indígenas, interétnicas e ambientais, diante dos empreendimentos governamentais para o suposto progresso e os impactos socioambientais na região, especificamente para os indígenas Pankará