Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2006 |
Autor(a) principal: |
Bueno, Alexandre Marcelo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-31072007-143055/
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Resumo: |
Os séculos XIX e XX se caracterizaram por um grande afluxo de imigrantes, principalmente europeus, para a América. Nesse contexto histórico, a interação entre o Estado, a sociedade local e os imigrantes passou por diversas tensões, que envolviam preconceitos e intolerâncias manifestadas de diferentes formas (racial, social, lingüística, cultural, econômica etc.). Por estar presente tanto em Estados nacionais, quanto em sociedades, grupos e pessoas, o preconceito e a intolerância têm uma dupla dimensão: privada e pública. Nosso trabalho tem por objetivo analisar o fenômeno da intolerância lingüística na relação entre sociedade e Estado brasileiros e imigrantes. Para a constituição de nosso corpus, efetuamos como recorte histórico o período compreendido entre 1875 a 1945, ou seja, do fim da Monarquia até a Era Vargas. Para analisar a intolerância lingüística em suas duas dimensões, pública e privada, dividimos nosso trabalho em dois capítulos distintos: no primeiro, foram examinados os decretos e as leis que organizavam o processo imigratório e que tratavam da naturalização de estrangeiros; no outro capítulo, foram analisados três textos de autores representativos da sociedade na Monarquia, na Primeira República e na Era Vargas (Menezes e Souza, Silvio Romero e Oliveira Viana, respectivamente); e analisamos também nesse segundo capítulo, depoimentos de imigrantes e uma autobiografia para apresentar a perspectiva daqueles que sofreram a intolerância. Para realizar essas análises, utilizamos a semiótica discursiva de linha francesa. Nessa perspectiva teórica, consideramos o preconceito como um modo de ser passional (ser malevolente) em relação ao outro e a intolerância (e também a intolerância lingüística) como um fazer malevolente (fazer mal a um outro), que pressupõe o preconceito. Para a realização desse fazer são utilizadas estratégias diferentes que se assentam na certeza do intolerante de que seus valores são melhores do que os do outro. Por isso, é possível pensar a língua como um elemento de preconceito e de intolerância, não apenas por estar envolvida na construção da imagem negativa de imigrantes, mas também por ser um elemento de exclusão ou ainda de assimilação de imigrantes por parte da sociedade e do Estado brasileiros |