Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Souza, Viviane Manfre Garcia de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-03122012-102818/
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Resumo: |
O abuso sexual infantil (ASI) é um fenômeno de destaque em todo o mundo nas últimas décadas e é considerado uma questão de saúde pública, por tratar-se de um importante fator de risco para o desenvolvimento de psicopatologias. Seus efeitos têm sido amplamente estudados, devido à sua diversidade, magnitude e consequências, e podem ser observados inclusive nos vínculos afetivos que a criança estabelece. O presente estudo buscou verificar a qualidade do apego de vítimas de ASI, pois acredita-se que esta experiência tenha grande influência no desenvolvimento das relações afetivas da criança, podendo alterar seu padrão de apego até a vida adulta. Para isso, foi realizado um estudo piloto com o inventário Pessoas em minha vida (PIML), o qual foi elaborado com o objetivo de mensurar a qualidade destes vínculos em crianças. A amostra foi composta por 60 crianças de 09 a 12 anos, de baixo nível sócioeconômico, sendo 30 vítimas de ASI (grupo clínico). Também foi aplicado o Inventário de Frases auxiliar no diagnóstico de violência doméstica contra crianças e adolescentes (IFVD), a fim de coletar mais dados acerca dos efeitos da violência, além de ser utilizado como critério de exclusão no grupo comparativo, caso a criança apresentasse suspeita de vitimização. Após consentimento dos pais ou responsáveis pelas crianças, pesquisadores treinados realizaram aplicações individuais na própria escola ou instituição, que disponibilizaram salas para tal. Os resultados apontaram diferenças significativas entre os dois grupos (clínico e comparativo). As crianças vitimizadas apresentaram menores pontuações em relação ao apego quando comparadas a seus pares, indicando maior dificuldade em confiar nas pessoas e sentir-se segura na presença dos cuidadores. Além disso, apresentaram maiores pontuações em todos os níveis de sintomas referentes aos transtornos investigados pelo IFVD, demonstrando a variedade dos efeitos do ASI naqueles que o sofrem. A partir do estudo com o PIML, observou-se que este instrumento não é capaz de avaliar padrões de apego infantil, entretanto mostrou-se eficaz na avaliação dos vínculos e relações afetivas estabelecidas pelas crianças com as pessoas próximas a ela, bem como o sentido de segurança e confiança no mundo que a cerca. São feitas algumas ressalvas 4 acerca da estrutura e utilização do instrumento, além de sugestões no sentido de aprimorá-lo. Destaca-se ainda a necessidade de novos estudos e dados mais específicos sobre a incidência de ASI no Brasil e no mundo, a fim de desenvolver políticas públicas eficientes para prevenir e lidar com esse fenômeno |