Contribuição à Petrografia e Geoquímica da parte setentrional do complexo vulcano-plutanico Morro Redondo, divisa do Paraná com Santa Catarina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1995
Autor(a) principal: Góis, José Roberto de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44134/tde-05102015-110259/
Resumo: O presente trabalho objetivou a caracterização petrográfica e litogeoquímica da porção setentrional do Maciço Granítico Morro Redondo e de rochas vulcânicas (ácidas e básicas) associadas ao mesmo, as quais são descritas pioneiramente neste trabalho. Paralelamente, procurou-se reconhecer as relações genéticas entre as unidades plutônicas e vulcânicas. O maciço Morro Redondo aflora no extremo sudeste do Estado do Paraná, já na divisa com o Estado de Santa Catarina. Possui cerca de 300 Km² de área aflorante, com forma grosseiramente retangular e orientação segundo a direção N20-25W. As rochas vulcânicas ocorrem na forma de derrames e diques, recobrindo parcialmente o maciço granítico na sua porção oeste, sendo indeformadas e não metamorfisadas. O estudo petrográfico revelou que os granitos e os riolitos mostram uma mesma paragênese essencial predominante, constituída por quartzo e feldspato pertítico, como fase precoce, e riebeckita, egerina e biotita (+-), como fase tardia intersticial. A presença de faciologia contendo apenas um feldspato (pertita), demonstra a ocorrência de granito tipo hipersolvus neste maciço. Do ponto de vista geoquímico, o conjunto granito-riolito é caracterizado pelos altos teores em SiO2, Na2O + K2O, Fe203, F, Zr, Nb, Y e Th, e baixas concentrações em CaO, MgO, Al2O3, Ba e Sr, sendo este comportamento similar ao dos granitos tipo-A. Os riolitos e basaltos exibem distribuição bimodal nos diagramas de classificação. O índice agpaítico (N=K/Al) varia entre 0,86 e 1,06 para o riolito e 0,86 a 1,22 para os granitos, atestando o carácter alcalino/peralcalino destas rochas. Em relação ao ambiente tectônico, os vários diagramas, discriminantes utilizados são concordantes em termos de um ambiente intra-placa e anorogênico para geração dos riolitos e granitos. Para os basaltos, também ficou evidenciado um ambiente continental (intra-placa), com base na utilização de diagramas de elementos incompatíveis (Zr/4 x Nbx2 x Y; Zr/Y x Zr). A hipótese de uma vinculação genética entre riolito-granito e basalto-riolito foi testada com base na relação entre elementos incompatíveis (Zr x Ce, Hf x La e Nb x Zr), no padrão de ETR e da paragênese mineral das rochas ácidas. Estes dados, quando interpretados conjuntamente, indicam cogeneticidade entre riolitos e granitos, enquanto a vinculação entre riolitos e basaltos não é conclusiva, sendo ainda necessários dados complementares, principalmente isotópicos. Do ponto de vista geoquímico, petrográfico e tectônico, as rochas plutônicas e vulcânicas aqui estudadas mostram forte semelhança com outras unidades equivalentes do sul e sudeste do Brasil e de outros países. Por outro lado, é importante ressaltar as diferenças geoquímicas entre os basaltos aqui estudados e da bacia do Paraná, descartando-se com isso qualquer similaridade entre eles.