Provincia alcalina central, Paraguai centro-oriental: aspectos tectonicos, petrográficos e geocronológicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1992
Autor(a) principal: Velazquez Fernandez, Victor
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44135/tde-23102015-154540/
Resumo: Na borda ocidental da Bacia do Paraná a província central e a que reúne o maior número de ocorrências magmáticas de caráter alcalino. Ela localiza-se na porção centro-leste do Paraguai oriental, correspondendo aproximadamente às coordenadas geográficas 25°39\' a 26°10\' de Latitude Sul e 56°21\' a 57°45\' de Longitude Oeste. Tectonicamente acha-se associada a uma megaestrutura denominada \"rift\" de Assunção, que se estende desde a cidade homônima até as cercanias da cordilheira de Ybytyruzú, cobrindo cerca de 200 km de comprimento e 25 a 40 km de largura. A orientação se dá segundo NW-SEE e a sua história geológica aponta para um regime tectônico de força dupla dextral, dominantemente tensional, e relacionado do ponto de vista genético com a abertura ao Oceano Atlântico. Com base fundamentalmente nos eventos cronológicos magmáticos, é possível distinguir-se quatro estágios principais ligados na sua evolução. Estes abrangem um longo intervalo de tempo, do Mesozóico ao Cenozóico, com pico de máxima atividade tendo lugar no Cretáceo Inferior (135-120 Ma). Evidências texturais, associações mineralógicas e dados de campo permitiram a caracterização de duas suítes litológicas principais, plutônica e vulcânica. Na primeira se incluem rochas com textura eminentemente fanerítica e que ocorrem na maior parte das vezes como \"stocks\", intrudindo discordantemente encaixantes sedimentares (arenitos). Microscopicamente, foram diferenciadas as seguintes variedades petrográficas: essexitos, olivina, sienogabro, malignitos, sienodioritos e nefelina sienitos. Quanto à textura, elas mostram variação do hipidiomórfica a alotriomórfica granular e natureza holocristalina. A segunda aparece freqüentemente como derrames de lavas, \"plugs\", estes representando cerros que se destacam na topografia, e diques de dimensões variadas, de centimétricas a métricas. Aqui se agrupam basaltos alcalinos, tefritos, traquiandesitos, traquifonolitos e fonolitos. Estas rochas apresentam textura marcadamente porfirítica, com mega, feno e microfenocristais dos mais diversos minerais e matriz afanítica de natureza holocristalina. No tocante à composição mineralógica, os termos petrográficos mais máficos contêm, de modo geral, maior riqueza em clinopiroxênios (augita a diopsídio-augita), olivina magnesiana e plagioclásios de natureza cálcica (labradorita-bytownita). Já os membros mais félsicos exibempiroxênio do tipo egirina-augita a aegirina, rara olivina e plagioclásios de composição intermediária (andesita- labradorita. Na suíte plutônica, o feldspato alcalino e do tipo ortoclásio, enquanto que, na vulcânica, parece corresponder a sanidina. Feldspatóides são comuns a ambas as suítes. Dentre eles, nefelina é a fase mais abundante, com leucita e sodalita restritas quase que somente às rochas vulcânicas, tranquifonolitos e tranquitos e, mais raramente, fonolitos. Como acidentais reconhecem-se biotita e anfibólio e como acessórios mais frequentes estão presentes apatita, titanita, opacos e zircão. Geocronologicamente, os dados disponíveis (K/Ar e Rb/Sr) indicam como principal período de colocação dos corpos o intervalo 130-120 Ma (Cretáceo Inferior), guardando, assim boa concordância com as idades obtidas para as ocorrências alcalinas da borda oriental da Bacia do Paraná pertencentes ao cronogrupo de 133 Ma. Por outro lado, as idades de traços de fissão em apatitas evidenciam intervalo de tempo bem mais recente, refletindo, muito provavelmente, o momento de resfriamento dos corpos, ou então, indicando o resfriamento regional da área ligado a um período de equilíbrio isostático após a abertura do \"rift\". A razão inicial 87Sr/86Sr (0,07685-0,70790) para as rochas alcalinas da Província Central se mostra um pouco elevada comparativamente ao material mantélico, sugerindo, assim, fonte do manto mais radiogênica ou, ainda, a existência de eventual processo de contaminação crustal.