Efeitos da dieta vegetariana no metabolismo de quilomícrons e aspectos qualitativos da lipoproteína de alta densidade (HDL)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Vinagre, Juliana Christiano de Matos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-21122010-120737/
Resumo: Dietas vegetarianas oferecem baixo conteúdo calórico, baixos níveis de gordura saturada, colesterol, proteína animal e mais altos de gordura polinsaturada, carboidratos, fibras, magnésio, boro, folato e antioxidantes. Todos esses nutrientes influenciam nos fatores de risco de doenças cardiovasculares como hipertensão arterial, diabetes mellitus, obesidade e dislipidemias. Níveis plasmáticos de colesterol total, colesterol de lipoproteína de baixa densidade (LDL), de lipoproteína de densidade muito baixa (VLDL) e triglicérides em indivíduos vegetarianos são menores, em vários estudos, quando comparados a indivíduos onívoros. O metabolismo de quilomícrons (Qm) e dos seus produtos de degradação pela lipase lipoprotéica, os remanescentes, lipoproteínas que transportam os lípides da dieta na circulação sanguínea, não foi avaliado até o momento e está relacionado à aterosclerose. O objetivo deste estudo foi avaliar a cinética plasmática de quilomícrons artificiais marcados com triglicérides (TG-3H) e éster de colesterol (EC-14C) e aspectos qualitativos da HDL, em 18 indivíduos ovolacto-vegetarianos (excluem da alimentação carne, frango e peixe), 21 indivíduos veganos (não consomem nenhum alimento de origem animal), há pelo menos 5 anos e 29 indivíduos onívoros (consomem alimentos de origem animal), todos normolipidêmicos, não diabéticos e sem uso de medicamentos hipolipemiantes. Após a injeção endovenosa dos Qm artificias, foram colhidas amostras de sangue em tempos pré-estabelecidos durante 60 minutos. A radioatividade em cada uma das amostras foi medida para o cálculo da taxa fracional de remoção (TFR) dos lípides radioativos, através de análise compartimental. Foram realizadas as determinações bioquímicas nesses indivíduos e calculada a atividade da lipase lipoprotéica pós-heparina, em ensaio in vitro. Verificou-se também a transferência de lípides de uma nanoemulsão lipídica para a lipoproteína de alta densidade (HDL) e o diâmetro dessa lipoproteína. A remoção plasmática dos remanescentes de quilomícrons avaliada pela taxa fracional de remoção do éster de colesterol da emulsão, foi maior nos veganos (p<0,05) e ovolacto-vegetarianos (p<0,05) comparando-se aos onívoros, enquanto que o processo de lipólise dos quilomícrons, avaliado pela taxa fracional de remoção dos triglicérides da emulsão e pela medida da atividade da lipase lipoprotéica in vitro foi similar nos três grupos avaliados. Não foram encontradas diferenças significativas nas concentrações plasmáticas de HDLC, VLDL e triglicérides entre os grupos estudados .No grupo vegano, as concentrações plasmáticas de LDL-C e glicose foram menores quando comparadas apenas ao grupo dos onívoros (p<0,05, p<0,01; respectivamente). Já em relação ao colesterol total, os indivíduos veganos apresentaram menores níveis quando comparados tanto aos ovolacto-vegetarianos (p<0,05) como aos onívoros (p<0,01). Não observou-se diferença na transferência de lípides da nanoemulsão para a HDL e no tamanho da HDL entre os três grupos. Os resultados do presente estudo sugerem que a dieta vegana e ovolacto-vegetariana aceleram a remoção dos remanescentes de quilomícrons, lipoproteínas aterogênicas, o que pode estar relacionado, aos efeitos benéficos dessa dieta em relação a doenças em relação ao processo aterosclerótico