Contribuições da EJA para a constituição da história de vida de sujeitos alfabetizados e letrados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Pavini, Daniela Penha Monteiro Brito
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
EJA
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59140/tde-26082024-135840/
Resumo: De que maneira a alfabetização, como processo do letramento, transforma a concepção que um sujeito tem de sua própria história de vida? Eis a pergunta norteadora do trabalho que aqui se apresenta. Encontrar respostas possíveis é o objetivo principal, embasado por outros objetivos específicos como compreender a concepção que os sujeitos alfabetizados e letrados quando adultos têm sobre a alfabetização. As narrativas de si transformam a forma como uma pessoa compreende a sua vida e o mundo. Ao falar de sua própria trajetória, o sujeito tem a possibilidade de (re)significar sua história, (re)criando sentidos através da linguagem. Assim, para o desenvolvimento desta pesquisa foram criados espaços de fala e escuta, com a entrevista de cinco pessoas alfabetizadas e letradas pela Educação de Jovens e Adultos (EJA) de Ribeirão Preto (SP), somando-se as técnicas do Jornalismo com a teoria da Análise do Discurso de matriz francesa. A Teoria Sócio Histórica do Letramento é a base do que se compreende aqui como alfabetização e letramento. Toda pessoa possui conhecimentos, que não estão necessariamente ancorados na aquisição formal da língua. A alfabetização, assim, não é tratada apenas como a aquisição da língua como código, mas como processo cultural de (re)criação de sentidos. A Análise do Discurso de Michel Pêcheux é o referencial teórico para a análise das entrevistas. A pesquisa partiu do pressuposto de que investigar a educação é uma forma de delinear caminhos para melhores práticas pedagógicas e conhecer as histórias de vida das pessoas é uma forma de buscar compreender a realidade para, então, transformá-la. Os sujeitos, ainda que entre muitos desafios consigam matricular-se na EJA e aprender a ler e a escrever, continuam presos aos sentidos de censura e impotência impostos pela sociedade que cobra o conhecimento como via de ascensão e visibilidade, mas não oferece oportunidades a todos e todas. Seguem, assim, reproduzindo rótulos que colocam a pessoa não alfabetizada em posição de inferioridade, presos à censura que impede a formulação de sentidos outros.