Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Santiago, Giovanna Silva |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6143/tde-29112022-181811/
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Resumo: |
Enterococcus spp. são bactérias caracterizadas como cocos Gram-positivos, frequentemente encontradas na microbiota normal do trato gastrointestinal de seres humanos e animais homeotermos, também sendo encontradas em solos, águas e plantas. Esses micro-organismos são considerados importantes indicadores de contaminação fecal para águas marinhas, e embora sejam descritos como comensais, podem estar associados a uma grande variedade de infecções humanas. A habilidade de adquirirem resistência a antimicrobianos além de sua resistência intrínseca, bem como o contexto de crescimento desfreado de cidades, consumo cada vez maior de antibióticos e poluição das águas, constituem fatores cruciais para que os enterococcus sejam considerados organismos relevantes para a saúde pública global. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi caracterizar o perfil fenotípico e genotípico de resistência antimicrobiana e virulência em três espécies de Enterococcus isoladas de águas recreacionais costeiras em praias do estado de São Paulo. Para este projeto foram selecionadas quatro praias do litoral do estado de São Paulo, que são monitoradas pela CETESB como parte do programa de balneabilidade das praias paulistas. As placas contendo colônias de enterococos isoladas em ágar mEI foram levadas para o Laboratório de Microbiologia Ambiental e Resistência Antimicrobiana (MicroRes) da Faculdade de Saúde Pública/USP quinzenalmente de junho de 2019 até março de 2020. A identificação e triagem das espécies de enterococos foi realizada pela técnica de MALDI-TOF MS, e posteriormente os isolados identificados como E. faecium, E. faecalis e E. hirae foram selecionados para confirmação de espécie pela técnica de PCR convencional. Após confirmação foi avaliada a susceptibilidade à antimicrobianos de uso comum. Posteriormente foi realizada a detecção de genes de resistência e virulência nessas três espécies. Em 90,7% dos isolados se observou resistência a pelo menos 1 dos 14 antimicrobianos testados, e em 41,5% se obversou resistência a pelo menos três antimicrobianos de classes diferentes e índice MAR superior a 0,2 sendo, portanto, classificados como multirresistentes (MDR). A maioria dos isolados de enterococos demonstraram resistência a rifampicina (39,2%). Genes que conferem resistência à classe dos macrolídeos (ermB) e às tetraciclinas (tetM e tetL) foram os mais prevalentes entre os isolados, com 14,6% e 12,3% respectivamente. Os isolados da espécie E. faecalis apresentaram positividade a pelo menos 1 dos 5 marcadores de virulência testados. Isolados de E. faecalis apresentaram um perfil de virulência mais diversificado quando comparados aos isolados de E. faecium e E. hirae. A presença de estirpes com múltipla resistência aos antimicrobianos somada a positividade para outros fatores de virulência pode ser indicativa de risco para a saúde pública se essas estirpes chegarem a atingir as áreas de praia utilizadas por banhistas, reforçando a importância de estudos conduzidos em águas recreacionais. |