Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Elias, Vanessa Valente |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/58/58135/tde-06112024-171509/
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Resumo: |
Idealmente, os cimentos endodônticos devem apresentar compatibilidade tecidual e bioatividade, uma vez que os mesmos estarão em íntimo contato com os tecidos vivos apicais e periapicais, após a obturação dos canais radiculares. Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi avaliar a resposta tecidual desencadeada pelos cimentos endodônticos BioRoot™ RCS (BR, Septodont - França) e AH Plus Jet (AHPJ, Dentsply Sirona - Alemanha), após implante em tecido subcutâneo de camundongos. Foram utilizados 120 camundongos da linhagem BALB/c, divididos em quatro grupos: BR, AHPJ, cimento de óxido de zinco e eugenol (ZOE, controle positivo) e SHAM (nenhum cimento endodôntico, controle negativo). Todos os grupos foram avaliados nos períodos experimentais de 7, 21 e 63 dias (n = 10 animais por grupo/período experimental). Após eutanásia, o bloco de tecido contendo o corpo de prova e o tecido subcutâneo circundante foi fixado e submetido ao processamento histotécnico. Cortes semi-seriados de 5µm foram corados com hematoxilina-eosina (HE) e analisados em microscopia óptica convencional, para descrição do tecido reacional formado ao redor do corpo de prova (cimentos endodônticos), além da mensuração da espessura da cápsula fibrosa (mm) e da contagem de células inflamatórias (por mm2.). Além disso, a reação de von Kossa foi utilizada para avaliar semi-quantitativamente (escores) a presença de precipitados de cálcio (coloração preta) ao redor da cápsula fibrosa, bem como o tricrômio de Masson foi utilizado para avaliação descritiva e quantitativa (análise de pixels azuis usando o software ImageJ) das fibras de colágeno. Os resultados foram submetidos ao teste de Kruskal-Wallis e abordagem post hoc de Dwass-Steel-Critchlow-Fligner, com nível de significância de 5%. Os cimentos endodônticos BR e ZOE apresentaram os maiores valores de espessura da cápsula fibrosa e contagem de células inflamatórias após 7 dias (p<0,05), com diminuição ao longo do tempo, apresentando valores significativamente menores após 63 dias (p<0,05). Esse padrão não foi observado no cimento endodôntico AHPJ, que apresentou menores valores iniciais de espessura da cápsula fibrosa e de células inflamatórias (p<0,05, com relação aos demais cimentos nos períodos de 7 e 21 dias), sem variabilidade significativa ao longo do tempo (p>0,05 para células inflamatórias), embora o tecido reacional estivesse mais espesso após 63 dias (p<0,05). Além disso, o BR apresentou intensa coloração preta após a reação de von Kossa, indicando precipitação de cálcio no tecido reacional durante todos os períodos experimentais. Este resultado não foi observado nos demais grupos (AHPJ, ZOE e SHAM). Em relação à coloração de Masson, observou-se que a cor azul estava presente em todos os espécimes. Entretanto, BR e ZOE não apresentaram organização estrutural das fibras colágenas após 7 e 21 dias, o que foi observado somente após 63 dias. Os dados quantitativos mostraram intensidade de cor azul significativamente maior no BR após 7 dias (p<0,05), seguido por AHPJ e ZOE. Após 21 dias, o grupo BR foi semelhante aos demais (p>0,05) e o AHPJ apresentou valores maiores quando comparado ao ZOE (p<0,05). Após 63 dias, o AHPJ foi superior ao BR (p<0,05) e as demais comparações não foram estatisticamente significativas (p>0,05). Foi possível observar que todos os cimentos endodônticos avaliados induziram resposta inflamatória, com formação de tecido reacional granulomatoso, que foi atenuada após 63 dias. O AHPJ apresentou comportamento diferente, induzindo uma resposta inflamatória menos intensa e mais estável que BR e ZOE ao longo do tempo, entretanto, com aumento da espessura da cápsula fibrosa ao final do experimento. Todos os grupos apresentaram fibras colágenas no tecido reacional e apenas o BR promoveu intensa precipitação de cálcio ao longo dos períodos experimentais. Pôde-se concluir que todos os cimentos endodônticos avaliados desencadearam uma resposta inflamatória tecidual nos animais, induzindo a formação de tecido reacional granulomatoso, com diminuição na inflamação tecidual para todos os cimentos endodônticos no período mais tardio de avaliação (63 dias). Adicionalmente, o cimento BR foi o único que desencadeou a precipitação de cálcio no tecido reacional. |