Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Otsuka, Ed |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-24072017-165615/
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Resumo: |
Neste trabalho busca-se explicitar como o discurso de promoção de autonomia se instaura e se reproduz entre os diversos atores do campo da saúde mental, especialmente os trabalhadores da saúde mental, que mais o proferem como forma de embasar sua atuação. Para tal tarefa, explora-se o modo como a noção de autonomia é sustentada institucionalmente e como ela atinge de forma incisiva os usuários de serviços de saúde mental, sobre os quais recaem as ações e as práticas institucionais. Ao longo do percurso da pesquisa, considera-se que a psicanálise, que pensa o homem como sujeito do grupo e do vínculo, consiste no mais adequado aporte teórico para discutir os processos que envolvem a temática, por implicar as dimensões da subjetividade, do social, do grupal e do institucional. Avalia-se ser fundamental compreender como a autonomia do sujeito é condicionada desde sua constituição, que ocorre na relação com o outro e o mundo, definindo sua realidade intrapsíquica e intersubjetiva. A partir da obra de Kaës e do conceito de alianças inconscientes, discute-se como o sujeito se constitui, sendo a relação entre mundo interno e externo indissociável. As alianças exercem a função de intermediário. Assim, para compreender como o sujeito se insere no mundo, verifica-se o imperativo dos contratos e pactos, mais especialmente o contrato narcísico e o pacto denegativo, por um processo de economia psíquica que visa garantir sua sobrevivência e a convivência possível para cada sujeito. É por meio dessas modalidades de alianças inconscientes, que o sujeito busca a autopreservação e a perpetuação do grupo, da instituição e da espécie. Com a referência da autora Piera Aulagnier, empreende-se uma imersão nos processos de constituição do sujeito, que se define como tal, condicionado ao vínculo com a mãe, representante primeira do mundo, que lhe apresenta suas possibilidades de representação sobre ele. Assim, as possibilidades de subjetivação, de construção de identidade e de agir do sujeito são limitadas e delimitadas pelo que a realidade, anterior a ele, lhe concede. O intuito do estudo aqui apresentado consiste na promoção de uma discussão que possa trazer possibilidades de análise e de ruptura dos discursos instituídos e alienadamente reproduzidos. Por meio da elaboração dos processos psíquicos envolvidos na trama institucional, é possível se pensar na superação de tal quadro por cada sujeito que se insere nessa realidade. Considerando que a busca pelo saber, pelo novo, é inerente a todo sujeito, discute-se o processo de criação que consiste na tensão entre o estabelecido e seu diferente, e que pode surgir, ao se estabelecer a dialética entre ambos, superando o estado dilemático que impõe uma paralisação nessa relação. Assim, a problemática da autonomia desloca-se para a de criação |