Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Costa, Ílen Ferreira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17150/tde-30062023-094114/
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Resumo: |
Introdução: A COVID-19 é uma doença nova, surgida na China no final de 2019, tornando-se uma pandemia em 2020. Ainda não se conheciam os efeitos dessa doença sobre o sistema visual em pacientes recuperados da fase aguda. Objetivos: Descrever os achados oftalmológicos em pacientes recuperados da COVID-19. Pacientes e Métodos: Pacientes que se recuperaram da fase aguda da COVID-19, em seguimento ambulatorial pós-COVID, foram convidados a participar do estudo e passaram por avaliação oftalmológica completa, incluindo acuidade visual (AV) em logMAR, refratometria, biomicroscopia, coloração com fluoresceína tópica, tempo de ruptura do filme lacrimal, teste de Schirmer, tonometria, oftalmoscopia indireta, retinografia colorida e avaliação da arquitetura retiniana usando OCT. Foram coletados dados sociodemográficos e histórico médico. Os pacientes foram classificados, de acordo com a gravidade das manifestações clínicas, em doença leve a moderada, grave e crítica. Um questionário para avaliar a qualidade de vida (WHOQOL-bref) foi aplicado. Este estudo esteve aninhado em outro estudo de coorte prospectivo, denominado RECOVIDA. Resultados: Foram avaliados 95 pacientes (190 olhos), 100 ± 44 dias após o início dos sintomas, com duração média de hospitalização de 17 ± 14 dias. Hipertensão arterial, diabetes mellitus, obesidade e dislipidemia foram as comorbidades mais frequentes. Dez pacientes (10,5%) apresentaram doença leve a moderada, 46 (48,4%) grave e 39 (41,1%) crítica. A mediana (intervalos interquartis (IQR)) da AV apresentada foi de 0,1 (0-0,2) e melhor AV corrigida 0 (0-0,1). A biomicroscopia do segmento anterior não apresentou alterações, exceto doença do olho seco em 26,3% dos pacientes. Houve associação significativa entre os resultados da autoavaliação da qualidade de vida (p-value 0,014) e da saúde (p-value 0,001) em relação à história de olho seco e/ou presença de sintomas graves. A média ± desvio padrão (DP) da pressão intraocular (PIO) no grupo crítico (14,36 ± 2,08 mmHg) não foi diferente da observada nos grupos grave (13,76 ± 3,11 mmHg) e leve a moderado (12,60 ± 2,28 mmHg). A retinopatia diabética foi observada em 12,6% e dois pacientes (três olhos) do grupo crítico apresentaram discretos pontos branco-amarelados no polo posterior, levando a alterações hiporreflexivas ao nível do EPR, segmento externo e da camada elipsoide. Conclusões: Este estudo identificou maior frequência da doença do olho seco e associação da história de olho seco e/ou sintomas graves com a piora de como a pessoa percebe sua qualidade de vida e sua saúde. Foram encontradas alterações benignas discretas da retina externa aproximadamente 80 dias após a fase aguda da COVID-19. |