Fatores determinantes do prognóstico em pacientes com carcinoma pulmonar de células não-pequenas estadio IV

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Borges, Ana Paula de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5155/tde-11092024-160234/
Resumo: INTRODUÇÃO: O câncer de pulmão de células não pequenas (CPNCP) é frequentemente diagnosticado em estadio avançado, com uma sobrevida mediana inferior a 12 meses mesmo quando tratado com quimioterapia no cenário da doença avançada. A avaliação do prognóstico ajuda na tomada de decisão em relação à seleção de tratamento e na comunicação de expectativas e evolução da doença a fim de promover qualidade de vida ao paciente. Performance status, estado nutricional, perda de peso e presença de sintomas são associados a baixa sobrevida no câncer. Escalas prognósticas como Palliative Prognostic Score (PaP score) e Palliative Prognostic Index (PPI), escala de performance status (Eastern Cooperative Oncology Group Performance Status ECOG-PS) são capazes de estimar o prognóstico, e são de uso corrente na prática clínica. Além disso, pacientes com sintomas mais intensos e descompensados, e com pior qualidade de vida (QoL), tem menor sobrevida. A caquexia oncológica é frequentemente presente e está associada a piores respostas terapêuticas, funcionalidade comprometida e prognóstico ruim. Neste estudo, pretendemos determinar as variáveis prognósticas de maior relevância no CPCNP metastático e ECOG-PS 2, associadas à sobrevida menor ou igual a 90 dias. MÉTODOS: 180 pacientes diagnosticados com CPCNP metastáticos, ECOG-PS2 ao diagnóstico e virgens de tratamento, foram incluídos em uma coorte prospectiva. Foram aplicados questionários de sintomas e de qualidade de vida, avaliados dados de composição corporal como peso, altura, índice de massa corpórea, avaliação de força muscular pelo teste de hand grip e circunferência do bíceps, assim como carga tabágica; performance status, escalas prognósticas e de comorbidades também foram avaliadas. Os exames laboratoriais de rotina foram usados para avaliar a presença de inflamação sistêmica, anemia e função renal. Presença de caquexia e análise/quantificação da área muscular e de gordura na tomografia de abdome também foram avaliadas. Esses dados foram correlacionados com sobrevida até 90 dias e sobrevida maior de 90 dias a fim de identificar os fatores prognósticos relevantes e de maior importância na amostra estudada. RESULTADOS: Dos 180 pacientes, 56,3% eram do sexo masculino, com média de idade de 66 anos, e 84,44% tinham história de tabagismo.;59,4% eram ECOG-PS 2, sendo a histologia mais frequente o adenocarcinoma de pulmão (61,1%). A mediana de sobrevida global foi 86,5 dias. A sobrevida dos pacientes ECOG-PS 2 foi 106 dias, ECOG-PS 3, 55 dias e ECOG-PS 4, 24 dias. PPI, o PaP, a funcionalidade física, dispneia, índices mais baixos de hemoglobina, relação neutrófilo/linfócito (RNL) mais alta e caquexia foram fatores preditores de pior prognóstico na coorte avaliada. CONCLUSÃO: O uso de escalas prognósticas, a avaliação clínica de fatores físicos, sintomas, performance status e da caquexia nos pacientes com CPCNP metastático, ECOG-PS2 ao diagnóstico, virgens de tratamento, pode ajudar na avaliação prognóstica, buscando um melhor planejamento do tratamento a ser instituído, assim como seguimento e encaminhamento para cuidado integrado com a equipe de cuidados paliativos, garantindo mais conforto e mais QoL aos pacientes, além de ajudar na melhor alocação de recursos materiais e humanos necessários na assistência