Avaliação da imunogenicidade e segurança da vacina fracionada contra febre amarela em pacientes com doenças reumáticas autoimunes com baixo nível de imunossupressão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Proença, Adriana Coracini Tonacio de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5140/tde-22092022-155701/
Resumo: O Brasil enfrentou uma epidemia de febre amarela (FA) no período de 2016 a 2018 e a vacinação passou a ser considerada para pacientes com doenças reumáticas autoimunes (DRAI) com baixa imunossupressão em razão da alta mortalidade desta infecção. Objetivo: Avaliar de forma prospectiva a imunogenicidade em 30 dias e segurança da vacina de febre amarela (VFA) fracionada em pacientes com DRAI em uso de baixa imunossupressão. Métodos e Resultados: Um total de 318 participantes (159 DRAI e 159 controles saudáveis pareados por idade e sexo) foram vacinados com a dose fracionada (um quinto) da VFA 17DD. Todos os participantes foram avaliados no dia da vacinação (D0), e nos dias D5, D10, D30 após a mesma para parâmetros clínicos, incluindo avaliação com escores de atividade das respectivas doença reumática, e parâmetros laboratoriais. As taxas de soroconversão 30 dias após a vacinação (83.7%vs.96.6%, p=0.0006) e a média geométrica dos títulos de anticorpos neutralizantes (GMT) [1143.7 (95%CI 1012.3-1292.2) vs.731( 95%CI 593.6-900.2), p < 0.001] foram menores no grupo DRAI comparados aos controles. Uma menor ocorrência de viremia vacinal foi detectada também entre os pacientes com DRAI se comparados aos controles no D5 (53%vs.70%, p=0.005) e, no D10, a frequência de positividade de viremia vacinal se manteve para pacientes enquanto declinou entre os controles (51%vs.19%, p=0.0001). A presença de viremia vacinal foi a única variável independentemente associada a soroconversão entre os pacientes e a quimiocina CCL20 esteve inversamente associada a soroconversão da casuística total. Nenhum evento adverso grave foi relatado. A atividade de doença se manteve estável na avaliação pelos escores de atividade no D0 e D30 (p > 0.05). Conclusão: A dose fracionada da VFA-17DD nos pacientes com DRAI resultou em alta taxa de soroconversão (> 80%), no entanto mais baixa que nos controles. A viremia vacinal foi mais prolongada, porém menos intensa entre pacientes DRAI se comparados aos controles. A vacina foi imunogênica, segura e não desencadeou reativação de doença reumática nos pacientes em uso de baixa imunossupressão e pode ser indicada para situações epidêmicas ou pacientes que vivem ou trabalham em áreas endêmicas (ClinicalTrials.gov, NCT03430388)