Arquitetura na era digital-financeira: desenho, canteiro e renda da forma

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Arantes, Pedro Fiori
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16132/tde-01062010-095029/
Resumo: A arquitetura contemporânea vive hoje uma arriscada fusão com a publicidade e a indústria do entretenimento. Tal convergência exige uma expansão da forma arquitetônica até o limite de sua materialidade. Em busca da renda informacional máxima, característica do universo das marcas mundiais, constatamos uma inversão de seus antigos fundamentos construtivos e produtivos, subvertidos por um jogo de volumes e efeitos para além de qualquer regra ou limitação. Aliado às técnicas digitais de projeto e à reorganização dos canteiros de obra, esse novo fetichismo da forma, análogo à autonomização do poder e da riqueza abstrata no capitalismo contemporâneo, define a nova condição da arquitetura. Estudaremos essa condição tomando como fio condutor projetos dos arquitetos mais consagrados pelo atual sistema de distinção e premiação. No propósito de melhor identificar esta arquitetura da exceção, investigamos nas obras emblemáticas dos últimos vinte anos um conjunto de particularidades e recorrências, que a nosso ver define a economia política da exceção e da regra no mundo atual. Principiamos pela análise do emaranhado de significados que sustentam hoje a forma construída, passando em seguida à esfera da produção das novas modalidades de projeto digital às transformações no canteiro de obras para, ao fim, examinar como ocorrem a circulação (com a proliferação de imagens midiáticas), o consumo (especialmente por meio da indústria do turismo) e a distribuição de riquezas que essa arquitetura favorece. O que se verifica é uma produção sobredeterminada pela busca da renda monopolista derivada das propriedades intrínsecas da forma, em seu novo estágio de concepção e realização. Esperamos, assim, mostrar como a arquitetura de ponta tornou-se uma das manifestações mais expressivas da acumulação flexível e da renda das marcas sob a dominância da lógica das finanças.