Minha Casa Minha Vida por Lelé. Descompasso entre teoria e prática

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Silva, Eduardo Luis Telles de Abreu e
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16138/tde-13122017-145952/
Resumo: A presente pesquisa tem como objetivo duas frentes de trabalho. A principal delas é o regate dos projetos de habitação social desenvolvidos pelo arquiteto João Filgueiras Lima, popularmente conhecido como Lelé, no contexto do maior programa habitacional patrocinada pelo Estado Brasileiro da história, o Programa Minha Casa Minha Vida (MCMV). Este, que foi um dos últimos projetos desenvolvidos pelo arquiteto falecido em 2014, é apresentado aqui em maiores detalhes comparativamente ao que foi exposto publicamente no ano de 2011. Localizados em dois bairros pobres de Salvador (Bahia) os projetos de Pernambués e Cajazeiras foram desenvolvidos pelo arquiteto e sua equipe no IBTH (Instituto Brasileiro de Tecnologia do Habitat), uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) que tinha como objetivo trabalhar a partir das experiências anteriores desenvolvidas pelo arquiteto, sempre com foco nas questões de interesse social e principalmente no desenvolvimento de pré-fabricados em argamassa armada. Tais projetos revelam, apesar do programa simples, a maturidade de um arquiteto de trajetória fortemente marcada pela busca do apuro técnico no campo da pré-fabricação (advindo de suas constantes pesquisas tecnológicas) e por sua atuação profissional notoriamente ligada à necessária dimensão social do arquiteto como possível agente transformador da sociedade. A segunda frente, onde se tem uma abordagem lateral perante à primeira, refere-se ao contexto vivenciado pelo arquiteto durante o desenvolvimento destes projetos, onde a despeito de ter sido convidado pela própria presidência da república, burocracia e conflito de interesses (públicos e privados) se uniram como corresponsáveis para a sua descontinuidade. A partir disto a dissertação busca, principalmente através de fontes primárias, trazer à superfície a percepção e análise de Lelé sobre este e outros casos e propõe uma discussão sobre qual é, e qual deveria ser a posição do profissional de arquitetura como desenvolvedor do projeto arquitetônico dentro do processo de produção da habitação social de mercado.