Raciocínio transitivo ativado por condicionamento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Cruz, Marcio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47135/tde-26072010-142911/
Resumo: Em nossa vida cotidiana há duas condições frequentes: 1) há situações nas quais não existem instruções explícitas, mas apenas contingências aos comportamentos e 2) comportamentos que aparentam ser iguais a um observador externo, podem ser originados por raciocínios diversos. Partindo destas premissas, procurou-se neste experimento, desenvolver procedimentos experimentais que levam a determinado comportamento (respostas que refletem transitividade lógica) sem instruções explícitas, averiguando a seguir, quais os raciocínios que realmente estavam atrás das respostas (transitivas ou não) dadas pelos sujeitos. O experimento de Siemann & Delius (1993) utilizado para o estudo da inferência transitiva e que foi replicada por Cruz (20003) em sua dissertação de mestrado, suscitou uma série de temas metodológicos e conceituais abordados para viabilizar a pesquisa do raciocínio transitivo: o conceito de consciência e sua relação com o raciocínio; caracterização do raciocínio por sua explicação; utilização dos conceitos de introspecção, tomada de consciência, metacognição, empatia e teoria da mente para a interpretação de entrevistas. A essência deste experimento é seu método experimental que foi composto de duas fases, validação e comprovação. Na fase de validação, 106 sujeitos humanos adultos participaram como voluntários, e foram utilizados para testar catorze diferentes versões da situação experimental, até se obter duas versões validadas: uma versão capaz de ensinar premissas e a outra capaz de algo mais: ativar o raciocínio transitivo. Cada versão consistia em uma situação de condicionamento que não previa comunicação verbal ou contatos interpessoais, uma vez que foram utilizados programas de computador para produzir estímulos, gerenciar a exibição de estímulos, registrar as respostas e os tempos de reação, além de prover contingências. Após interação do sujeito com o programa, foram realizadas entrevistas em que o pesquisador verificou a eventual ativação do raciocínio transitivo. Na fase de comprovação, treze sujeitos humanos adultos foram submetidos a primeira (grupo de controle: seis sujeitos) e segunda (grupo experimental: sete sujeitos) versões validadas comparando-se seus resultados. Para o grupo experimental, os estímulos eram retângulos de seis cores diferentes, ordenados pelo tamanho e designados A, B, C, D, E e F. Os estímulos eram apresentados em pares e a escolha do menor estímulo em cada par era reforçada. Para o grupo de controle, os estímulos eram iguais aos do grupo experimental, mas os retângulos tinham todos o mesmo tamanho. Para os dois grupos, era aplicado esquema de reforço semelhante, que reforçava A no par AB, B em BC, C em CD, D em DE e E em EF, mas para o grupo experimental eram treinados também os pares de estímulos AC, AD, AF, CF e DF. Além disso, o grupo experimental passava por situações em que o encobrimento parcial dos estímulos permitia ora diferenciar-lhes somente pelas cores, ora por cores e tamanhos, e por situações em que a mudança do matiz das cores ora impedia, ora permitia, que os estímulos fossem identificados por suas cores. Estas diferenças entre os grupos experimental e de controle são críticas, pois os resultados obtidos com as entrevistas e com a coleta automatizada de dados foram analisados e demonstraram que o raciocínio transitivo foi ativado em todos os sete sujeitos do grupo experimental e apenas em um sujeito do grupo de controle. Comprovou-se, também, a diferença entre as duas versões validadas: uma versão aplicada aos sujeitos do grupo de controle conseguiu ensinar as premissas, necessárias à ativação do raciocínio transitivo, mas foi insuficiente para ativá-lo em todos os sujeitos desse grupo; e, outra versão que utilizou-se de elementos adicionais para ativar o raciocínio transitivo de todos os sujeitos do grupo experimental. Comprovou-se, ainda, que tanto o raciocínio transitivo quanto o domínio das premissas são necessários para a manifestação de um comportamento transitivo. Verificou-se, finalmente, a eficácia da validação no desenvolvimento do método experimental