Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Reis, Marcos Aurélio Seixas dos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22134/tde-04032016-163240/
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Resumo: |
A administração de medicamentos se constitui num processo multidisciplinar e um multissistema e seus riscos podem ser reduzidos de forma significativa por meio da implantação de processos reconhecidos para melhoria da segurança. Medicamentos Potencialmente Perigosos (MPP) são medicamentos que possuem maior risco de provocar danos significativos aos pacientes. O gerenciamento de risco em saúde é um processo complexo que associa várias áreas do conhecimento e que tem como objetivo prevenir erros e eventos adversos advindos dos procedimentos e produtos utilizados na assistência, em relação aos MPP, é imprescindível implantar barreiras específicas para gerenciar os riscos envolvidos. O objetivo do estudo foi investigar o gerenciamento de risco de MPP em instituições hospitalares. Estudo transversal, quantitativo, não experimental, realizado em quatro unidades de Terapia Intensiva de hospitais gerais, sendo um público, dois privados com fins lucrativos e um privado beneficente. Foi utilizado um instrumento do tipo questionário, com questões fechadas, elaborado pelo pesquisador, validado para face e conteúdo por cinco juízes e quanto a aplicabilidade por meio de um piloto aplicado em uma unidade de terapia intensiva pediátrica. Os participantes foram todos os membros da equipe de enfermagem das unidades de terapia intensiva pesquisadas e todos os farmacêuticos das instituições pesquisadas. Os resultados apontaram que a participação total foi de 76% da população proposta para o estudo. Todos os medicamentos que compunham o instrumento eram considerados como MPP, entretanto, nenhum foi apontado por 100 % dos participantes como MPP, 17 deles foram apontados como utilizados por 95% ou mais dos entrevistados. Desses, o cloreto de potássio, foi o medicamento mais reconhecido como MPP (99%) e o tramadol o menos reconhecido como perigoso (46%). O medicamento apontado como menos utilizado nas unidades pesquisadas foi o hidrato de cloral (14%), reconhecido como MPP por 78%. O medicamento apontado como menos perigoso foi a água estéril em soluções superiores a 100 ml, reconhecida como MPP por 27% dos entrevistados e utilizada por 90%. Itens considerados rotineiros não foram considerados MPP, dentre eles a solução parenteral prolongada, lidocaína, glicose hipertônica de 25 ou 50%, cloreto de sódio e a enoxaparina, considerados como MPP por 61, 61, 69, 72 e 74% dos entrevistados, respectivamente. Os enfermeiros foram os que mais reconheceram a existência de barreiras de prevenção (96%), já os farmacêuticos os que menos reconheceram (78%). Em média, 84% dos profissionais reconheceram a existência de medidas de prevenção na administração de MPP. A barreira mais reconhecida pelos profissionais foi a de acesso restrito aos MPP (79%). Outra barreira foi a verificação dos certos da terapia medicamentosa, que mesmo sendo uma prática recomendada na administração de todos os medicamentos, foi reconhecida somente por 56% dos entrevistados. O reconhecimento dos MPP, assim como as medidas de prevenção de danos relacionados à esta classe de medicamentos ainda é frágil nas instituições de saúde. A adoção de medidas isoladas ou agrupadas de prevenção de riscos não constituem um sistema de gerenciamento de risco institucional, tampouco em relação aos MPP. A constituição dos comitês de segurança do paciente, além de ser uma obrigação legal pode ser um caminho importante para a efetivação do gerenciamento de risco nas instituições. Diante deste contexto, cabe às instituições de ensino melhorar a qualidade da formação profissional em relação à farmacologia, abordando o tema dos MPP, e aos serviços de saúde implementar programas de educação permanente robustos nos ambientes de trabalho, aplicar barreiras de prevenção baseadas em evidencia de forma sistemática e, finalmente, instituir uma política de incentivo à cultura de segurança do paciente por meio de estratégias educativas, estimulando ações não punitivas ao lidar com os erros |