A literatura fora do lugar: a constituição de poetas e escritores nos saraus das periferias de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Silva, Lívia Lima da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100135/tde-12062017-125057/
Resumo: A presente dissertação de mestrado apresenta a investigação de processos que estão na origem do envolvimento de sujeitos de grupos culturais de literatura nas periferias da cidade de São Paulo. A pesquisa se concentra nos estudos sobre cultura sob a perspectiva de Pierre Bourdieu, sobretudo no que se refere à aquisição de capital cultural, com ênfase na origem social e trajetória educacional. Entre os anos 90 e início de 2000, surgiu um movimento literário específico, constituído por escritores de regiões periféricas das grandes cidades do Brasil. E a partir dos anos 2000, disseminou-se a realização de saraus em bairros periféricos de São Paulo, sendo eventos nos quais são declamadas poesias, apresentações de cenas dramáticas, grupos musicais, além de críticas sociais e manifestações políticas.O estudo de campo foi realizado em quatro saraus de diferentes regiões da cidade. Foram realizadas análises sociodemográficas dos bairros onde acontecem, considerando índices de escolaridade, renda per capita, espaços culturais etc. Por meio de questionários foi realizado um perfil do público destes eventos. E foram realizadas entrevistas com poetas/escritores, dando importância, sobretudo, às disposições que, em suas trajetórias, influenciaram suas práticas.A recente mobilização de poetas/ escritores nas periferias, historicamente excluídos por condições objetivas e subjetivas do campus literário, cultural e politicamente constituído no Brasil, resulta de um capital cultural específico, estimulado por aumento do nível de escolaridade, dentre outros processos, constituindo uma nova fração de classes que se singulariza pelo engajamento em atividades historicamente não identificadas como pertencentes ao habitus das classes populares e operárias