O deslocamento do cinturão verde de São Paulo no período de 1973 a 1980.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1985
Autor(a) principal: Ueno, Lidia Hathue
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-20231122-100609/
Resumo: Com o crescimento da cidade de São Paulo ocorreu um deslocamento da região tradicionalmente dedicada ao cultivo de legumes e verduras – “Cinturão Verde”, localizada próxima a Capital, para áreas mais distantes. Neste estudo procurou-se investigar o deslocamento espacial do Cinturão Verde da capital paulista e analisar as principais causas que influem na migração da produção e na possível elevação de preços das hortaliças. O embasamento teórico é dado pela “Teoria do Estado Isolado” de von Thünen. O deslocamento da região de cultivo de olerícolas foi analisado considerando-se sete produtos hortícolas: alface, couve, repolho, abobrinha, cenoura, pimentão e tomate. Os dados utilizados foram os volumes de entrada, por procedência, no Entreposto Terminal de São Paulo (ETSP), no período 1973-80. Foram estabelecidas cinco regiões (A, B, C, D e E) concêntricas produtoras de olerícolas em volta da Capital paulista e calcularam-se, para cada ano, as participações de cada região no volume total dos produtos em análise comercializados no ETSP. Além disso, foram calculadas as taxas de crescimento dos fornecimentos por procedência, por produto. Os resultados mostraram que as regiões produtoras de verduras (alface, couve e repolho) afastaram-se menos do centro consumidor, enquanto as de legumes, principalmente tomate e pimentão, deslocaram-se para áreas mais distantes (região E), devido à menor perecibilidade e maior resistência no transporte, vindo a confirmar o uso da terra de acordo com a teoria de localização de von Thünen. O crescimento do preço da terra em cada região produtora foi uma das causas do deslocamento do Cinturão Verde. Verificou-se que nas regiões mais próximas à Capital (região A e B), onde os preços médios de terra sofreram maiores valorizações, acusando altas taxas anuais, o volume comercializado de produtos hortícolas mostrou decréscimos ou pequeno crescimento. Em contraposição, nos locais mais distantes (região C, D e E), onde a valorização das terras foi menor, verificou-se maior incremento no volume de fornecimento ao ETSP. Vários outros fatores associados ao crescimento da área metropolitana de São Paulo contribuíram para o deslocamento do Cinturão Verde. Entre esses fatores está, por exemplo, a poluição dos cursos d’água, tornando-a imprópria para irrigação. O distanciamento da zona de produção fez com que aumentasse o custo de comercialização de olerícolas, devido ao maior custo de transferência. Este fato foi verificado através do cálculo da despesa média ponderada de frete. A análise dos preços de produtos hortícolas ao nível de atacado no ETSP mostrou tendência decrescente, apesar do aumento da despesa de transporte.