Associação do comprimento telomérico de células tumorais, colônicas normais e de leucócitos do sangue periférico com prognóstico no adenocarcinoma colorretal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Moreira, Cláudia Leite Rolim
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-06042018-113127/
Resumo: Introdução: O câncer colorretal (CCR) é um dos tumores mais frequentes no Brasil e no mundo e grande parte dos pacientes são diagnosticados com a doença já em estágio avançado. Observa-se associação entre o estágio clínico-patológico e o desfecho clínico do paciente, mas faltam biomarcadores para estratificação quanto ao prognóstico. O encurtamento telomérico tem sido associado às fases de iniciação e progressão da carcinogênese e mutações no sítio promotor do gene da enzima telomerase transcriptase reversa (TERT) tem sido relacionada a pior prognóstico. Objetivo: Avaliar o comprimento telomérico (CT) em células tumorais, da mucosa colônica normal e dos leucócitos do sangue periférico de pacientes com CCR, identificar associações entre o CT e o prognóstico e pesquisar mutação no promotor do TERT. Metodologia: Dos 486 pacientes com material biológico no Banco de Tumores Proctológicos do Hospital das Clínicas da FMRP-USP entre abril de 2008 e agasto de 2013, foram estudados 77 pacientes com diagnóstico de adenocarcinoma colorretal não metastático, submetidos a ressecção cirúrgica e com amostra de tecido tumoral e da mucosa normal adjacente. Em mais de 80% dos casos, analisou-se também o CT dos leucócitos do sangue periférico. Os CTs das células tumorais e normais e dos leucócitos do sangue periférico foram avaliados e analisados quanto à associação com variáveis clínico-histopatológicas e prognóstico dos pacientes. O CT foi determinado por real time PCR (qPCR) e o promotor do TERT foi sequenciado pelo método Sanger. Para as análises de comparação entre os CTs da célula normal e tumoral foi utilizado o test t-Student pareado. Foi utilizado modelo de sobrevivência de longa duração com distribuição Weibull para análise da sobrevida livre de doença (SLD) e com distribuição exponencial para sobrevida global (SG). O teste exato de Fisher foi aplicado nas análises entre CT e variáveis qualitativas. Para avaliar a relação entre CT tumoral e CT dos leucócitos foi aplicado o coeficiente de Spearman. Resultados: A idade média foi de 66 anos, sendo 50,65% do sexo feminino e 93,42% brancos. O adenocarcinoma tubular foi o subtipo mais frequente (90,91%) e o grau histológico moderadamente diferenciado presente em 75% dos casos. O CT médio da célula da mucosa normal foi 1,13 e da célula tumoral foi 0,86, sendo a diferença média de 0,3 (p<0,01). O CT médio dos leucócitos do sangue periférico dos pacientes foi de 0,74 e o dos controles 0,57, entretanto sem diferença estatística. O tempo médio de seguimento destes pacientes foi de 42,5 meses. As curvas de SLD e SG foram discretamente piores nos pacientes com CTs tumorais maiores e nos pacientes com CTs dos leucócitos do sangue periférico menores, sem significância estatística. Foi identificada a mutação -124C>T da região promotora do TERT em um único paciente. Conclusões: O CT tumoral médio foi significativamente menor que o da mucosa normal e o CT médio dos leucócitos do sangue periférico dos pacientes foi significativamente menor que o dos controles. Não foi encontrada associação entre os CTs da célula tumoral, da célula colônica normal e do leucócito do sangue periférico com a sobrevida. Identificou-se a mutação -1 24C>T no promotor do gene TERT ainda não descrita em CCR.