Enriquecimento da HDL em apolipoproteína A-IV favorece sua funcionalidade na doença renal diabética

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Santana, Monique de Fatima Mello
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5135/tde-10022021-101317/
Resumo: A doença renal diabética (DRD) está associada a distúrbios lipídicos que pioram a função renal e aumentam o risco cardiovascular (CV). O manejo da dislipidemia, hipertensão e outros fatores de risco tradicionais não impede completamente as complicações CV, trazendo à tona a participação de fatores de risco não-tradicionais, como produtos de glicação avançada (AGE), de carbamoilação e alterações no proteoma e na funcionalidade da HDL. Avaliou-se, no presente estudo, a composição da HDL, seu proteoma, modificação química por glicação e carbamoilação e sua funcionalidade em indivíduos com DRD não-dialítica, categorizados de acordo com a taxa de filtração glomerular (TFG) e a taxa de excreção urinária de albumina (EUA) em controles não- diabéticos. Os indivíduos com DRD foram divididos em TFG > 60 mL / min / 1,73 m2 + A1 (< 30 mg/g de creatinina) e A2 (30 - 300 mg/g de creatinina) (n = 10) e TFG < 60 + A3 (> 300 mg/g de creatinina) (n = 25) e pareados por idade com indivíduos controles com TFG > 60; (n = 8). As HDL foram isoladas do plasma por ultracentrifugação e as dosagens bioquímicas de lípides realizadas por métodos enzimáticos; carboximetil- lisina (CML) e carbamoilação por ELISA. AGE total e pentosidina foram determinados por análise fluorimétrica. As HDL foram utilizadas para medir a remoção de 14C-colesterol de macrófagos; para inibição da oxidação de LDL, induzida por solução de sulfato de cobre e para modular a secreção de citocinas inflamatórias em macrófagos estimulados com lipopolissacarídeos. A HDL do grupo TFG < 60 + A3 apresentou maior concentração de AGE total, pentosidina e carbamoilação (1,2; 1,1 e 4,2 vezes, respectivamente) em comparação ao controle. O conteúdo de fosfolípides e apolipoproteína A-I da HDL foi menor neste grupo em comparação ao controle. A análise de proteômica direcionada quantificou 29 proteínas associadas à HDL em todos os grupos, embora apenas 2 tenham sido mais expressas no grupo TFG < 60 + A3 em comparação aos controles: apolipoproteína D (apoD) e apoA-IV. Em comparação aos controles, o efluxo de 14C-colesterol de macrófagos, mediado por HDL, foi reduzido em 33% no grupo TFG < 60 + A3, embora a HDL desse grupo tenha apresentado maior capacidade anti- inflamatória, refletida pela inibição (95 %) da secreção de IL-6 e TNF-alfa, em comparação ao grupo controle. O papel antioxidante do HDL, determinado pelo tempo de retardo na oxidação da LDL, foi semelhante entre os grupos. O enriquecimento em apoA-IV, que apresenta muitas ações antiaterogênicas, contribui para manutenção da funcionalidade da HDL, a despeito de sua modificação química por glicação avançada e carbamoilação e incremento em apoD que ocorre na DRD em função do aumento da EUA e redução da TFG