Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Martinez, Mateus Donia |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-28052020-181845/
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Resumo: |
Introdução e justificativas: a dissociação pode estar envolvida nas experiências mediúnicas, serem culturalmente compartilhadas, compreendidas e dotadas de sentido. As pesquisas têm investigado experiências mediúnicas e dissociativas em adultos, sendo expressivos os relatos retrospectivos das primeiras vivências mediúnicas na infância. Objetivos: revisar a literatura nacional e estrangeira sobre as experiências de dissociação e de mediunidade na infância. Adicionalmente, levantar as implicações das experiências dissociativas e mediúnicas na infância para a saúde mental; verificar o papel da cultura e do contexto nas experiências mediúnicas e dissociativas; e, de forma complementar, traduzir e adaptar para o português brasileiro a Escala Child Dissociative Checklist, versão 3. Método: revisão de literatura, tradução e adaptação da Escala. Resultados e discussão: os achados foram considerados em suas especificidades, mas discutidos sempre à luz da perspectiva psicossocial. Eles sugerem principalmente que: (1) em crianças, à semelhança de adultos, as experiências dissociativas podem estar implicadas na mediunidade e serem um modo de vivenciá-la; (2) a hipótese etiológica mais sustentada sobre a dissociação e a mediunidade na infância é a do trauma, associada a um viés patológico, o qual questionamos; (3) a perspectiva psicossocial, evidente em estudos mais recentes, sem negar a hipótese do trauma, outras etiologias possíveis e aspectos da subjetividade, salienta a relevância do contexto e da cultura, seja como estimuladores ou como mediadores na ocorrência e desenvolvimento das experiências dissociativas e mediúnicas na infância; (4) em relação a adultos, crianças tendem a dissociar mais facilmente, apresentam maiores índices de propensão à fantasia, absorção, envolvimento imaginativo, fluidez em processos cognitivos e atencionais; (5) sobre a mediunidade na infância, apenas foram encontradas pesquisas com o termo \"possessão espiritual\", que é fenomenologicamente semelhante à mediunidade nas manifestações, sendo um termo empregado de acordo com a cultura onde ocorre a experiência e a perspectiva do pesquisador; (6) em crianças, experiências dissociativas e de possessão, na relação com o contexto, podem atuar na constituição da identidade, auxiliar no enfrentamento de adversidades, na busca por sentido e significado, promoverem bem estar, crescimento pessoal ou, pelo contrário, sofrimento; (7) concluído o procedimento com a Escala, revela-se um importante instrumento para gerar estudos futuros sobre esses temas no Brasil e, apesar dos vieses, há um debate em aberto sobre a relação entre dissociação tendencial e contextual; (8) poucas são as pesquisas sobre dissociação e mediunidade na infância, sendo um campo fértil para estudo e que requer adequações e cuidados metodológicos no estudo das crianças |