Estudo sobre as implicações da ansiedade social nas falsas memórias.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Palma, Priscila de Camargo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-08102012-214238/
Resumo: Os processos mnemônicos são responsáveis por manter a qualidade e estabilidade de vida de todos os seres humanos, porém pesquisas vêm mostrando ao longo do tempo, que tais processos podem apresentar erros e distorções que podem mudar o curso de nossa vida. As falsas memórias são as recordações de situações, eventos que na realidade não ocorreram exatamente como nos recordamos. Inicialmente acreditava-se que eventos vividos e que possuíssem carga emocional associada, não eram passíveis de distorção, porém já se sabe que tais premissas não são necessariamente verdadeiras. Além disso, o nível de desajustamento e instabilidade emocional interfere para um maior número de falsas memórias. A ansiedade é uma resposta adaptativa, normal e passa a ser patológica quando é desproporcional diante da situação desencadeante. Quando a ansiedade é muito intensa, tende a gerar prejuízos em todas as esferas da vida, esta ansiedade adquire um significado clínico. Dentro os transtornos de ansiedade há um diagnóstico bastante prevalente chamado de Transtorno de Ansiedade Social (TAS). O presente trabalho visou comparar participantes adultos portadores de TAS e participantes adultos sem estes sintomas, investigando o efeito da emoção na performance da memória, para um evento testemunhado. Para o desenvolvimento do trabalho foi utilizada uma sequência de onze slides, acompanhados por duas versões narrativas, sendo uma sem impacto e outra carregada emocionalmente, além de uma Escala Subjetiva de Emoção e um teste de Memória autoaplicativo. O estudo contou com 137 participantes, que foram divididos em quatro grupos: indivíduos sem transtorno de ansiedade e narrativa sem impacto emocional, indivíduos sem transtorno de ansiedade e narrativa com impacto emocional, indivíduos com transtorno de ansiedade e narrativa sem impacto emocional e indivíduos com transtorno de ansiedade e narrativa com impacto emocional. Foram realizadas análises paramétricas utilizando as análises de Variância (ANOVA). Todos os tratamentos estatísticos utilizaram um < 0,05 para o teste de hipóteses e testes post hoc com correção para Bonferroni para identificar as possíveis diferenças encontradas. Os resultados sugerem que os participantes portadores de TAS, os quais foram submetidos à versão sem impacto emocional, obtiveram índices maiores de memória verdadeira, porém apresentaram também índices superiores de falsas memórias, em função do viés atencional característico desta população, sugerindo que a ansiedade social tem uma ação significativa sobre a performance de memória.