Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Cassiano, Carolina |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-13112024-164606/
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Resumo: |
Introdução: A pandemia da Coronavirus Disease 2019 (COVID-19) elevou o número de pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Estudos mostram que a doença tem causado sobrecarga de trabalho para os profissionais de enfermagem. Entretanto, pouco se conhece sobre o impacto dessa sobrecarga e do dimensionamento da equipe na ocorrência de eventos adversos, o que justifica a relevância desta pesquisa. Objetivo: Avaliar a associação entre carga de trabalho e número de pacientes por profissional de enfermagem e a ocorrência de eventos adversos em pacientes críticos com COVID-19 na UTI. Método: Estudo observacional, retrospectivo, desenvolvido na UTI de um hospital público de Francisco Morato, São Paulo. A amostra foi composta por pacientes com idade >-12 anos, internados na UTI (por mais de 24 horas) em decorrência de COVID-19 no período de 01/04/20 a 31/05/21. A carga de trabalho de enfermagem foi mensurada pelo Nursing Activities Score (NAS). As variáveis independentes do estudo foram razão do escore NAS por profissional de enfermagem (RNP) e razão do número de pacientes por profissional de enfermagem (RPP). Os eventos adversos analisados, variáveis dependentes do estudo, foram infecção relacionada à assistência à saúde (IRAS), lesão por pressão e óbito na UTI. Os testes Brunner-Munzel, Wilcoxon-Mann-Whitney e regressão logística binária foram aplicados nas análises, com nível de significância de 5%. Resultados: A casuística foi composta por 386 pacientes (59,59% do sexo masculino, idade média de 58,77 anos). Ventilação mecânica invasiva (65,80%) e uso de sedação/bloqueador neuromuscular (62,69%) foram as intervenções mais frequentes. Os valores médios do NAS, RNP e RPP foram 71,04, 140,36 e 1,62, respectivamente. A frequência de lesão por pressão (31,09%) superou a de IRAS (16,06%) na amostra e um total de 218 pacientes (56,48%) morreu na UTI, porcentagem superior à prevista pelo Simplified Acute Physiology Score 3 (SAPS 3), 38,31%. Os pacientes que tiveram IRAS, lesão por pressão ou morreram durante o tratamento intensivo apresentaram significativamente maiores valores de RNP que o grupo não acometido pelo evento. Cada unidade da RNP do dia do evento aumentou a chance de ocorrência de IRAS e lesão por pressão em 2,0% e 2,1%, respectivamente. Para óbito, cada unidade de RNP calculada 72 horas antes do evento aumentou a chance de morte em 1,9%. Não foi identificada associação entre RPP e a ocorrência de eventos adversos na amostra. Conclusão: Elevada carga de trabalho por profissional de enfermagem influenciou a ocorrência de eventos adversos em pacientes com COVID-19 na UTI. Implicações para a prática clínica: Os resultados evidenciam claramente a importância de se considerar a demanda de cuidados requerida pelos doentes críticos para o dimensionamento correto da equipe de enfermagem, garantindo a segurança do paciente com doença infectocontagiosa na UTI. |