Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Vicentin Junior, Carlos Antonio |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17143/tde-11042024-090608/
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Resumo: |
Conforme estudo realizado em 195 países, em 1990 o Brasil se encontrava em segundo lugar com mais homicídios envolvendo armas de fogo, passando para a liderança em 2016. Através dos dados secundários utilizados nas estimativas do estudo carga global de Doença (GBD), aproximadamente 56% dos homicídios ocorridos no Brasil em 1990 foram utilizando armas de fogo e, em 2015, essa porcentagem se elevou para quase 70%. Assim, com o intuito de otimizar as respostas do exame cadavérico para vítimas tiro, esta revisão sistemática e meta-análise foi realizada com o objetivo de confrontar os resultados da região anatômica de cabeça e pescoço sobre determinação de orifícios de entrada e saída de projéteis de arma de fogo, determinação dos trajetos e localização de fragmentos metálicos obtidos na necrópsia convencional com os da Tomografia Computadorizada post-mortem. A busca pela literatura foi realizada no PubMed, Web of Science, Scopus, Embase, Google Scholar, Teses e Dissertações de Acesso Aberto e lista de referência dos artigos selecionados. Não houve restrição de idiomas nem de datas de publicação. Para melhor qualidade de evidência foram realizados a avaliação do risco de viés dos estudos individuais pelo Instituto Joanna Briggs para estudos analíticos transversais e da força da evidência pelo Grading of Recommendations Assessment, Development, and Evaluation (GRADE). Dos 704 artigos encontrados na busca inicial, 7 foram elegíveis ao estudo. Destes, 4 foram para a localização de fragmentos metálicos, contabilizando 117 vítimas, 6 para determinação de trajeto, contabilizando 181 vítimas e 4 para detecção de orifícios de entrada e de saída, contabilizando 97 vítimas. Como resultado, tem-se que para os orifícios de entrada e saída e para o trajeto não houve diferença estatisticamente relevante entre a Tomografia Computadorizada post-mortem e a necrópsia convencional na região anatômica de cabeça e pescoço (RP 0,81, IC 95% 0,61 - 1,09; p = 1,62; I2 = 44,1% e RP 1,00, IC 95% 0,86 - 1,16; p = 0,180; I2 = 0%, respectivamente. Em ambos o GRADE avaliado foi com força da evidência muito baixa). Entretanto, a Tomografia Computadorizada post-mortem foi 26% superior à necrópsia convencional para a detecção de fragmentos de projéteis na região anatômica de cabeça e pescoço (RP 1,26, IC 95% 0,99 - 1,60; p = 0,056; I2 = 0%, com GRADE avaliado em moderado). Apesar deste resultado promissor, devido ao pequeno número de estudos, o intervalo de confiança foi grande e, sendo assim, a necrópsia utilizando Tomografia Computadorizada não pode ser considerada um substituto da necrópsia convencional. Em relação ao risco de viés, teve-se entre 5 e 6 respostas positivas para os estudos, classificando-os como qualidade moderada. Por fim, ressalta-se que apesar de não ser substituta, a necrópsia utilizando Tomografia Computadorizada deve ser considerada um excelente exame complementar à necrópsia convencional ampliando, assim, as informações obtidas no exame cadavérico. |