Revisão narrativa para subsidiar o entendimento do panorama da cobertura vacinal em crianças menores de um ano de idade, no contexto brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Montagnini, Silvanete Mendes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5134/tde-04072024-161807/
Resumo: O Programa Nacional de Imunizações (PNI) foi formulado em 1973, com a missão de controlar e/ou erradicar doenças imunopreveníveis no Brasil. Ao longo da história, alcançou bons resultados e coberturas vacinais. Em 1994, recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde a certificação de área livre de circulação do poliovírus selvagem. Em 2015, o certificado de eliminação da rubéola e da síndrome da rubéola congênita. Nos 50 anos de existência, além da vacinação de rotina, promoveu campanhas de enfrentamento de epidemias e ampliou a população atingida por suas ações, estabelecendo calendários vacinais além da população infantil, para adultos, idosos, gestantes, indígenas, populações com necessidades especiais. Entretanto, desde meados dos anos 2010, observa-se queda das coberturas vacinais no país, no Estado de São Paulo e nos municípios pertencentes ao Grupo de Vigilância Epidemiológica X do Estado de São Paulo, local onde a enfermeira, autora desta dissertação, foi responsável técnica pelo Programa de Imunização Regional. E, preocupada em entender a complexidade da situação e enfrentar situações do trabalho diário, propôs revisão narrativa da literatura sobre fatores associados à queda da cobertura vacinal no contexto brasileiro. No Brasil, depois de permanecer estável em níveis de cobertura vacinal considerados altos, observou-se queda a partir de 2016, confirmada em inquéritos publicados na literatura. Isto implica que sejam consideradas, além das responsabilidades individuais e coletivas, também as institucionais. Particularmente a inter-relação da vacinação no Brasil com a atenção primária à saúde. Tem relevância para o entendimento das coberturas vacinais a interface dos dados com outros bancos de informação, como os sistemas de registro informatizados de vacinação no Brasil, os indicadores de qualidade destes sistemas, e a avaliação de outros indicadores da qualidade do Sistema Único de Saúde (SUS), tais como os da saúde materno-infantil, cobertura de qualidade de pré-natal, mortalidade infantil e materna. Discute-se que as dificuldades na implantação, nos últimos anos, dos diferentes sistemas nominais de informação podem ter contribuído para sub-registro das doses de vacinas aplicadas. Entretanto, a queda da cobertura vacinal no país não pode ser explicada só por problemas decorrentes de mudanças no sistema de informação de registros. A aplicação das vacinas de rotina do PNI é, predominantemente, realizada nas Unidades de Atenção Primária à Saúde. Indicadores avaliados no Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica, do Ministério da Saúde do Brasil (MS), como cuidado de pré-natal adequado e incidência de sífilis congênita, pioraram entre 2011 e 2019. O boletim epidemiológico de maio de 2022, divulgado pelo MS, apontou que o indicador da mortalidade materna do Brasil aumentou em todas as regiões do país em 2020, provavelmente influenciado pela pandemia COVID-19, mas o sinal de alerta apareceu já no ano pré-pandêmico de 2019. Nesta revisão narrativa sobre a inter-relação entre cobertura vacinal no Brasil e outros indicadores de qualidade do SUS, foram encontrados dados que corroboram a queda das coberturas vacinais e que mostram fragilidades do SUS, no mesmo período. Os dados corroboram a hipótese de que baixas coberturas vacinais não constituem aspecto isolado no SUS