Avaliação das reações dos pais à internação do filho em unidade de terapia intensiva e desenvolvimento de uma proposta de apoio psicológico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Baldini, Sonia Maria
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-01062007-111724/
Resumo: Objetivos: Realizar uma avaliação das reações dos pais à internação do filho em unidade de terapia intensiva e desenvolver uma proposta de apoio psicológico. Casuística: Foram entrevistados 48 pais em unidade de terapia intensiva pediátrica e 27 em unidade de terapia intensiva neonatal, além dos pais que participaram nos grupos de pais. Métodos: 1) Realização de entrevistas semi-dirigidas com os pais, utilizando questionários previamente elaborados, à admissão do paciente e durante sua internação; 2) Avaliação do nível de ansiedade dos pais à internação do filho, pela aplicação do Inventário de ansiedade traço-estado; e 3) Realização de grupos de pais em unidade de terapia intensiva pediátrica, com a participação de equipe multiprofissional. Resultados: Em ambas as unidades de terapia intensiva as reações mais freqüentemente citadas pelos pais ao início da internação foram de desespero e tristeza, e citaram as necessidades de apoio psicológico como as mais importantes neste momento. Os principais sentimentos relatados no decorrer da internação foram de preocupação, medo e tristeza, e a maioria dos pais em ambas as UTIs ficaram assustados com a aparência do filho. Os níveis de ansiedade mostraram-se significativamente elevados à ocasião da internação do filho, não havendo diferença entre os pais em UTI pediátrica e neonatal. O grupo de pais revelou-se uma técnica eficaz de apoio psicológico em UTI. Conclusões: Há necessidade de apoio psicológico aos pais de pacientes pediátricos internados tanto em UTI pediátrica como neonatal, pelo elevado nível de ansiedade, desespero e tristeza que apresentam à internação do filho. As entrevistas semidirigidas com a aplicação dos questionários propostos para 11 avaliação dos pais mostraram-se estratégias adequadas para a investigação do estado emocional desses pais e constituem formas eficientes de fornecer apoio psicológico durante a realização das mesmas. O grupo de pais possibilitou o contato direto com profissionais de diversas áreas, com disposição a escutá-los, valorizá-los, compreender seus sentimentos e esclarecer suas dúvidas. Permitiu o convívio com outros pais em fases diferentes da mesma situação, mobilizando recursos para lidar com o período crítico da doença e internação e o apoio no processo de luto do filho saudável para conseguirem um vínculo satisfatório com o filho doente. A questão da morte, as dificuldades com a equipe, a falta de apoio de familiares e outras questões extremamente angustiantes puderam ser ampla e abertamente discutidas nos grupos, trazendo esclarecimentos e alívio. A reunião com a equipe após os grupos mostrou-se de extrema importância para a uniformização de condutas, entendimento das reações dos pais, e discussões relativas ao relacionamento entre eles e a equipe. Em relação às entrevistas individuais semi-dirigidas, o grupo de pais mostrou-se uma estratégia complementar, já que os mesmos problemas e queixas são discutidos de formas diferentes nos dois tipos de intervenção.