Variabilidade espacial nos estoques de carbono em paisagens fragmentadas da Mata Atlântica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Romitelli, Isabella
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41134/tde-29092014-090501/
Resumo: O desmatamento e a fragmentação decorrentes da expansão das atividades humanas nas paisagens florestais tropicais promovem mudanças na estrutura da paisagem, em geral com perda de florestas antigas para a agricultura ou pastagem, parcialmente compensada regionalmente com a regeneração das florestas secundárias jovens. Tal processo gera paisagens heterogêneas, com florestas secundárias em diferentes estádios de sucessão e perturbação. O estoque de carbono nestas florestas pode, assim, variar muito e essa variação pode ocorrer em diferentes escalas espaciais. O presente estudo buscou entender como as diferentes condições locais e da paisagem contribuem para o estoque de carbono. O estudo foi realizado em florestas secundárias da Mata Atlântica, no Sistema Cantareira (região sudeste do Brasil). A biomassa acima do solo (BAS) foi estimada a partir de dados de inventário florestal e modelos alométricos de biomassa. A fim de testar como a biomassa de uma floresta tropical varia em paisagens antropizadas, foram construídos modelos lineares generalizados (GLM, distribuição Gaussiana) com quatro grupos de variáveis: idade da floresta; perturbações humanas; topografia (declividade e altitude); e estrutura da paisagem. Foram construídos modelos simples, compostos, com e sem interação, além do modelo nulo. O modelo mais plausível foi selecionado pelo critério de Akaike corrigido para pequenas amostras (AICc). Numa escala mais local, a variação da BAS em função da distância à borda foi analisada. A BAS variou amplamente entre os locais de estudo e isso foi parcialmente explicado pelas variáveis explanatórias, uma vez que todos os modelos e variáveis selecionadas foram melhores do que os modelos nulos. O resultado mais surpreendente foi o baixo estoque geral de carbono nas áreas de estudo (30,91 ± 11,00 Mg.ha-1). Os resultados sugerem que este padrão está principalmente relacionado com efeitos de borda e com a influência de fatores diretamente impulsionados pela ocupação humana (como, por exemplo, florestas mais perturbadas, paisagens com baixa cobertura florestal e ocorrência relativa alta de florestas mais jovens). Os resultados indicam ainda que nesta condição de alta perturbação os fatores abióticos, tais como a localização topográfica, podem ter uma importância menor do que seria de esperar por estudos anteriores. Os baixos estoques de carbono e alta variabilidade espacial observada indicam a necessidade de se incorporar estimativas de carbono em escalas espaciais mais finas em programas de mitigação climática e de manutenção de serviços ecossistêmicos em paisagens fragmentadas