Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Pimenta, Denise Moraes |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-17062019-142750/
|
Resumo: |
Durante os anos de 2013 a 2016, a África do Oeste, mais precisamente a região do Mano River Union Libéria, Serra Leoa e Guiné-Conacri viveu sob uma das piores epidemias do vírus do ebola ocorridas desde 1976, ano do primeiro relato do vírus no antigo Zaire (atual Congo). Entendendo a epidemia como locus privilegiado para a compressão das estruturas de uma sociedade, podendo descortinar conflitos políticos e desigualdades sociais e econômicas, dediquei-me à feitura de uma etnografia na Serra Leoa, durante 9 meses, momento em que morei em Freetown, a capital do país, e também em comunidades rurais. Na medida em que a epidemia neste país matou mais mulheres do que homens, busquei entender o porquê deste fato. Para tanto, segui as histórias de três mulheres mortas por conta do vírus: Jinnah Amana da comunidade de Komende-Luyama, Isha Tullah de Devil Hole e Fatmata de John Thorpe. A partir de um intenso trabalho de campo, concluí que a maior mortandade de mulheres serra-leonenses estava diretamente relacionada ao trabalho do cuidado dispendido a seus familiares e amigos. Deste modo, a epidemia do ebola na Serra Leoa era generificada, colocando mulheres em risco por conta da pesada responsabilização destas perante a trama de parentesco e afetos. Diante disso, cunhei o termo cuidado perigoso como uma categoria boa para pensar as relações de gênero por detrás da epidemia do ebola na Serra Leoa. Portanto, esta pesquisa segue as narrativas reveladoras de mulheres, vivas e mortas, a respeito do ebola na Serra Leoa. Narrativas estas que apontaram para a impossibilidade de se entender a epidemia do Ebola ou qualquer outro fenômeno social da Serra Leoa - sem se acessar as memórias da guerra civil vivida no país durante os anos de 1991 a 2002. |